quarta-feira, 8 de agosto de 2012

O Mundo Mágico de Harry Potter - David Colbert - PARTE 39





MANTICORAS

Por que os bruxos não se aproximam dos mantícoras?
Em Azkaban, na tentativa de encontrar um precedente legal que pudesse salvar Bicuço, o hipogrifo, Hermione encontra uma referência reveladora: “Isso aqui pode ajudar, escutem... uma mantícora atacou alguém em 1296 e eles o deixaram livre porque... ah, não... foi só porque estavam todos com medo de chegar perto dela”.



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Não chega a ser uma surpresa. Acontece que a mantícora é a mais terrível de todas as criaturas mágicas. É uma combinação de homem com besta, com dentes afiados e comportamento agressivo. O nome vem do persa antigo martikhora, que siginifica “comedor de gente”. Parece que as mantícoras viveram na Ásia antiga. Carol Rose, uma especialista em criaturas mágicas, diz que, na Idade Média, acreditava-se que a mantícora fosse uma representação do profeta Jeremias. Essa ligação deve-se à crença de que a mantícora vivia nas profundezas da terra em que Jeremias havia sido aprisionado num calabouço.
Uma assustadora descrição foi esboçada no século II por um historiador romano que a extraiu de relatos escritos sete séculos antes:

Existe na Índia uma besta selvagem, poderosa, ousada, tão grande quanto um leão, da cor vermelha do cinabre, peludo como um cachorro, e, no idioma dos hindus, é chamado de mantícoras. Não tem, entretanto, as feições de uma besta-fera, mas de um homem, e tem três fileiras de dentes em sua mandíbula superior e três na inferior, sendo que esses dentes são extremamente afiados e maiores do que as presas de um cão de caça. Suas orelhas também se assemelham às humanas, seus olhos são de um azul-cinzento e também iguais aos dos homens, mas suas patas e garras, como você deve imaginar, são como as do leão. Na extremidade de sua cauda existe um ferrão, como nos escorpiões, e ele pode ter comprimento maior do que um cúbito (aproximadamente 66cm). E a cauda também tem ferrões, a curtos intervalos um do outro, em ambos os lados. Mas é o ferrão da extremidade que dá picadas em qualquer um que se aproxime, causando a morte imediata.

Se alguém sai no encalço da besta, ela projeta os ferrões de sua cauda, como se fossem flechas, de lado, e eles podem alcançar uma grande distância. E quando ela lança seus ferrões para a frente, ela dobra sua cauda para a frente, mas, se os projeta para trás, então distende sua cauda o máximo que pode. Qualquer criatura que seja atingida pelos projéteis morre. Só o elefante sobrevive. Esses ferrões têm mais ou menos 30 cm de comprimento e a espessura de um junco.
Um escritor assegura (e ele diz que os hindus podem confirmar as suas palavras) que nos locais de onde esses ferrões caíram, outros brotam, de modo que essa coisa do mal acaba gerando uma colheita.


Uma Mantícora, representação tirada de um entalhe em madeira de 1607.

De acordo com o mesmo escritor, as mantícoras devoram seres humanos. De fato, eles assassinam um grande número de pessoas porque uma mantícora não se satisfaz com um único homem, mas arma seu bote contra dois ou mesmo três, superando-os com facilidade. Os hindus costumam caçar esses animais quando ainda são novos e não têm os ferrões em suas caudas, que então esmagam com uma pedra, de modo a evitar que nelas cresçam os ferrões. O som que emitem parece o de uma trombeta.
Uma descrição mais recente vem do famoso poeta e novelista francês do século XIX, Gustave Flaubert. Em A Tentação de Santo Antônio, a mantícora de Flaubert faz de si mesmo uma apresentação colorida: “O brilho de meu manto escarlate se mistura à claridade cintilante das areias do deserto. Através de minhas narinas, exalo o horror de solitários recantos da Terra. Minha saliva é pestilenta. Eu devoro os exércitos quando eles se arriscam a penetrar nos desertos. Minhas unhas são como garras curvas, como ferramentas para rasgar e perfurar, meus dentes cortam como os de um serrote. Minha cauda irrequieta dispara dardos, que posso dirigir para a esquerda e para a direita, para a minha frente e para minhas costas. Observe!”.








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Quadribol Através dos Séculos: Quadribol

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