sexta-feira, 21 de setembro de 2012

O MANUAL DO BRUXO - ALLAN ZOLA KRONZEK - 4







PARTE 2


Desde adolescentes apaixonados até líderes mundiais, todos querem saber o que está para vir. Por isso a adivinhação — arte de prever o futuro — existiu, de uma forma ou de outra, em todas as culturas que a história registra.



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quinta-feira, 20 de setembro de 2012

O MANUAL DO BRUXO - ALLAN ZOLA KRONZEK - 3







PARTE 1


Desde adolescentes apaixonados até líderes mundiais, todos querem saber o que está para vir. Por isso a adivinhação — arte de prever o futuro — existiu, de uma forma ou de outra, em todas as culturas que a história registra.



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quarta-feira, 19 de setembro de 2012

O MANUAL DO BRUXO - ALLAN ZOLA KRONZEK - 2







No mundo da bruxaria, a magia é um modo de realizar coisas impossíveis pelas leis naturais, que limitam o resto das pessoas. Os bruxos podem usar o Pó de Flu para ir de um lugar para o outro, ao passo que os não-magos são obrigados a ir a pé ou pegar um ônibus.



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terça-feira, 18 de setembro de 2012

O MANUAL DO BRUXO - ALLAN ZOLA KRONZEK - 1





¯ INTRODUÇÃO ¯

Se você é como a maioria dos fãs de Harry Potter, na certa sabe que o objeto de estimação de Harry é a sua vassoura voadora, que o assunto favorito de Hermione é a aritmancia e que uma criatura fantástica chamada hipogrifo ajudou Sirius Black em sua fuga. Mas por acaso você sabia que, no passado, as pessoas acreditavam que os magos voavam sobre forcados, que a aritmancia é uma antiga forma de adivinhar o futuro e que quem montou no hipogrifo pela primeira vez foram os lendários cavaleiros de Carlos Magno? Ou que Nicholas Flamel, criador da Pedra Filosofal e amigo do professor Dumbledore, existiu de fato?
As aventuras espantosas de Harry e seus amigos passam tão depressa que poucas vezes temos chance de refletir sobre a riqueza da mitologia, do folclore e das histórias reais que estão brilhando abaixo da superfície. Um dos maiores prazeres de ler os livros de Harry Potter vem, justamente, dessa riqueza extraordinária do universo mágico que eles contêm — universo criado, em parte, pela imaginação aparentemente ilimitada de J. K. Rowling e, em parte, pela vasta tradição popular de magia, espalhada pelo mundo todo. Poções e encantos, gigantes e dragões, caldeirões e bolas de cristal — todos têm histórias fascinantes e muitas vezes surpreendentes que remontam a centenas e, às vezes, a milhares de anos. Varinhas mágicas como aquelas vendidas no Beco Diagonal foram, no passado, feitas por feiticeiros druidas com galhos do teixo sagrado. Poções de amor são muito antigas e já podiam ser encontradas na Grécia e Roma antigas. Livros de feitiços e de maldições — de leitura obrigatória na Escola de Bruxaria e Magia de Hogwarts — eram muito populares (mas também muito malvistos) na Idade Média.
O Manual do Bruxo dá, ao leitor curioso, a chance de pesquisar qualquer coisa “mágica” que apareça nos primeiros quatro livros de Harry Potter e descobrir uma fascinante e inesperada riqueza de informações. De onde vem o poder da Pedra Filosofal? Quais foram as primeiras palavras mágicas? Será que J. K. Rowling sonhou com o aterrador basilisco, com as sedutoras veelas, ou com o terrível grindylow? E, se essas e outras criaturas fantásticas não foram inventadas por ela, quem as criou? O Manual do Bruxo traz as respostas.
A história de todas as crenças mágicas é muito ampla. Ao escrever este livro, tivemos de deixar de fora mais coisas do que fomos capazes de incluir nele. As ricas tradições da magia e da mitologia da China, da África, da Índia, do Japão, da Austrália e da América do Sul quase não são mencionadas. Em vez disso, nos restringimos às lendas e mitos diretamente ligados ao mundo de Harry. Quase todas as práticas de magia ensinadas na Escola de Hogwarts têm raízes na tradição da magia ocidental, surgida nos antigos impérios do Oriente Médio, da Grécia e de Roma. Criaturas imaginárias como o centauro, a manticora e o unicórnio provêm dessa mesma tradição. Muitos dos outros seres mágicos, como os elfos, os gnomos, os duendes, os hinkypunks e os trasgos, têm raízes no folclore do norte da Europa e das ilhas britânicas.
Quando começamos a escrever O Manual do Bruxo, perguntamos a fãs de Harry Potter quais eram os assuntos mais interessantes para eles. Alguns queriam conhecer mais a respeito de feitiços, encantamentos e maldições. Outros estavam ansiosos para conhecer melhor os bichos-papões, os barretes vermelhos e outras criaturas mágicas. Claro que você terá seus próprios interesses em particular: fique à vontade para explorar e consultar este livro da forma que preferir. Este livro também é mágico e pode ser lido como você preferir. Se quiser, leia tudo, de uma ponta à outra. Ou então vá pulando entre os verbetes, que colocamos em ordem alfabética para facilitar a consulta. Talvez você prefira começar pelo verbete Magia, que é uma boa introdução sobre esse assunto fascinante. Mas pode começar por onde bem entender — e na certa vai acabar passando por todas as páginas. O importante é que você se divirta e aprenda coisas interessantes em sua leitura.
Em cada verbete, tentamos dar uma visão geral do assunto e mostrar suas raízes na mitologia, no folclore e na história. Quando uma palavra estiver em negrito, significa que há um verbete específico para ela. No final da maioria dos verbetes, você encontrará este símbolo e uma abreviatura que indica o ponto em que o assunto aparece nos livros de Harry Potter. “Pedra Filosofal, 5”, por exemplo, remete a Harry Potter e a Pedra Filosofal, capítulo 5. “Câmara Secreta” remete a Harry Potter e a Câmara Secreta, “Prisioneiro de Azkaban” remete a Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban e “Cálice de Fogo” remete a Harry Potter e o Cálice de Fogo. Todas as referências correspondem às edições brasileiras.
Fazendo nossas pesquisas para O Manual do Bruxo, aprendemos muitas coisas curiosas que nunca havíamos imaginado. Por exemplo: como ler a sorte nas folhas de chá, como livrar-se de duendes, como colher raízes de mandrágora sem correr nenhum risco e como usar a aritmancia para escolher o que você vai comer no almoço. Sentimo-nos mais seguros agora que sabemos como identificar um demônio e o que fazer quando formos atacados por um ghoul (nunca, jamais, bata nele duas vezes!).
É bom ter essas informações por perto: nunca se sabe quando poderemos precisar delas!





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segunda-feira, 17 de setembro de 2012

O MANUAL DO BRUXO - Sumário




SINOPSE:

Quem foi o verdadeiro Nicholas Flamel? De onde vem o poder da Pedra Filosofal? Quais foram as primeiras palavras mágicas? Será que J.K. Rowling sonhou com o aterrador basilisco ou com as sedutoras Veelas? Se essas e outras criaturas fantásticas não foram inventadas por ela, quem as criou?
Recheadas de feitiços, maldições e criaturas imaginárias, as aventuras de Harry Potter e seus amigos têm fascinado milhões de leitores ao redor do mundo. Mas o que muitos fãs do feiticeiro não sabem é que existem séculos de histórias reais, folclore e mitologia por trás do seu universo mágico.

O MANUAL DO BRUXO dá ao leitor curioso a chance de pesquisar qualquer coisa “mágica” que apareça nos primeiros quatro livros de Harry Potter. Poções e encantos, gigantes e dragões, caldeirões e bolas de cristal — todos têm histórias fascinantes com raízes em lendas, na literatura ou em fatos reais.
Este livro é mágico. Com verbetes organizados em ordem alfabética e belas ilustrações, ele pode ser lido de ponta a ponta ou consultado de acordo com o seu interesse. De adivinhação e amuletos até zumbis, você vai aprender aqui:

• quem usou o primeiro manto da invisibilidade
• dicas de herbologia
• como ler a sorte nas folhas de chá
• como identificar um demônio.

O MANUAL DO BRUXO é um livro indispensável na estante de todo fã de Harry Potter. 





Título da edição original em inglês: The Sorcerer's Companion
2001 por Allan Zola Kronzek e Elizabeth Kronzek
tradução
Rubens Figueiredo Sabrina Ricci Netto
preparo de originais
Carlos Irineu da Costa
revisão técnica
Carlos Irineu da Costa
Raquel Lins
revisão
Antônio dos Prazeres Sérgio Bellinello Soares
ilustração de capa
Cliff Nielsen
capa
Porto Martinez
projeto gráfico e diagramação
Valéria Teixeira
fotolitos
R. R. Donnelley América Latina










— Sumário —

          Introdução
          Magia
          Adivinhação - Parte 1
          Adivinhação - Parte 2
          Amuleto
          Anão
          Aritmancia
          Artes das Trevas
          Astrologia
          Barrete Vermelho
          Basilisco
          Bicho-papão
          Bola de cristal
          Bruxas
          Bruxedo
          Bruxo
          Caça às Bruxas
          Caldeirão
          Cão de Três Cabeças
          Centauro
          Circe
          Cobra
          Coruja
          Demônio
          Diabrete
          Dragões
          Duende
          Elfo
          Encantamento
          Esfinge
          Espelho Mágico
          Espírito Agourento
          Fada
          Fantasma
          Feitiço
          Fênix
          Floresta Proibida
          Gato
          Ghoul
          Gigante
          Gnomo
          Grindylow
          Hag
          Herbologia
          Hinkypunk
          Hipogrifo
          Horóscopo
          Iéti
          Kappa
          Leprechaun
          Ler a sorte nas folhas do chá
          Lobisomem
          Mágico - Parte 1
          Mágico - Parte 2
          Mágico - Parte 3
          Mágico - Parte 4
          Mágico - Parte 5
          Mago
          Maldição
          Mandrágora
          Manticore
          Manto da invisibilidade
          Merlim
          Morgana
          Múmia
          Nicholas Flamel
          Palavras mágicas
          Pedra Filosofal
          Petrificação
          Poções
          Poltergeist
          Quiromancia
          Runas
          Salamandra
          Sapo
          Sereianos e sereias
          Sibila
          Sinistro
          Sonhos
          Talismã
          Tapetes voadores
          Transfiguração
          Trasgo
          Unicórnio
          Vampiro
          Varinha mágica
          Vassoura voadora
          Veela
          Zumbi





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quarta-feira, 12 de setembro de 2012

OS CONTOS DE BEEDLE, O BARDO




COMENTÁRIOS DE ALVO DUMBLEDORE SOBRE
“O Conto dos Três Irmãos”


QUANDO EU ERA CRIANÇA essa história me causou uma profunda impressão. Ouvi-a primeiramente contada por minha mãe, e logo tornou-se o conto que eu pedia com mais frequência na hora de dormir. Isto sempre provocava discussões com o meu irmão mais novo, Aberforth, cuja história favorita era “Bodalhão, o Bode Resmungão”.
A moral de “O Conto dos Três Irmãos” não poderia ser mais clara: os esforços humanos para evadir ou superar a morte estão sempre fadados ao desapontamento. O terceiro irmão da história (“o mais humilde e também o mais sábio”) é o único que compreende isso, pois, tendo escapado uma vez da morte, por um triz, o melhor que poderia esperar era adiar o próximo encontro o máximo possível. O mais moço sabe que zombar da Morte — envolver-se em violência, como o primeiro irmão, ou ocupar-se da sombria arte da necromancia[1], como o segundo irmão — significa medir forças com um inimigo ardiloso que não pode perder.

[1] [Necromancia é a magia negra que ressuscita os mortos. É um ramo da magia que nunca teve sucesso, como a nossa história deixa bem claro. JKR]

A ironia é que se formou uma curiosa lenda em torno dessa história, que contradiz exatamente a mensagem original. A lenda argumenta que os prêmios que a Morte dá aos irmãos — uma varinha imbatível, uma pedra capaz de ressuscitar os mortos e uma capa da Invisibilidade imperecível — são objetos verdadeiros que existem no mundo real. E vai além: se alguém vem a se tornar o legítimo possuidor dos três, torna-se então “Senhor da Morte”, o que tem sido comumente entendido que será invulnerável, e mesmo imortal.
Podemos rir com uma certa tristeza do que isto nos diz da natureza humana. A interpretação mais caridosa seria: “A esperança brota eternamente”[2]. Ainda que, segundo Beedle, dois desses três objetos sejam extremamente perigosos, e sua clara mensagem é que, no fim, a Morte virá nos buscar, uma minoria na comunidade bruxa insiste em acreditar que Beedle estava lhes enviando uma mensagem cifrada, dizendo exatamente o inverso do que escreveu à tinta, mensagem esta que somente eles são suficientemente inteligentes para entender.

[2] [A citação demonstra que Alvo Dumbledote era não só excepcionalmente instruído em termos de bruxaria, como também familiarizado com os escritos do poeta trouxa Alexander Pope. JKR]

Tal teoria (ou talvez “desesperada esperança” seja o termo mais preciso) é respaldada por pouquíssimas provas reais. É verdade que a Capa da Invisibilidade, embora rara, existe em nosso mundo, contudo, a história deixa claro que a Capa da Morte é de uma durabilidade ímpar[3]. Durante os muitos séculos que medeiam a época de Beedle e a nossa, ninguém jamais afirmou ter encontrado a Capa da Morte. A explicação dos verdadeiros crentes é a seguinte: ou os descendentes do terceiro irmão desconhecem a origem da capa, ou a conhecem e estão resolvidos a comprovar a sabedoria do seu antepassado, não alardeando esse fato.

[3] [As Capas da Invisibilidade não são, em geral, infalíveis. Podem rasgar ou se tornar opacas com a idade, ou os feitiços nela lançados podem enfraquecer, ou ser anulados por Feitiços de Revelação. É por isso que os bruxos habitualmente recorrem, no primeiro caso, aos Feitiços da Desilusão para se camuflarem ou se ocultarem. Alvo Dumbledore era conhecido por sua capacidade de executar um Feitiço da Desilusão tão poderoso que se tornava invisível sem recorrer à capa. JKR]

Muito naturalmente, a pedra tampouco foi encontrada. Observei anteriormente, ao comentar “Babbitty, a Coelha, e seu Toco Gargalhante”, que continuamos incapazes de ressuscitar os mortos, e temos todas as razões para supor que isto jamais acontecerá. Vis substituições foram naturalmente ensaiadas pelos bruxos das trevas criadores dos Inferi[4], que são apenas fantoches, e não seres humanos de fato ressuscitados. Acresce que a história de Beedle é muito explícita quanto ao fato de que o amor perdido do segundo irmão nunca ressurgiu realmente dos mortos. Foi enviado pela Morte para atrair o segundo irmão às suas garras e, portanto, manteve-se fria, distante, tantalizantemente presente e ausente[5].

[4] [Inferi são cadáveres reanimados por magia negra. JKR]

[5] Muitos críticos acreditam que Beedle se inspirou na Pedra Filosofal, elemento essencial do Elixir da Vida que induz a imortalidade, quando criou essa pedra capaz de ressuscitar os mortos.

Resta-nos, então, a varinha, e aqui os que se obstinam em acreditar na mensagem secreta de Beedle têm pelo menos indícios históricos para fundamentar suas delirantes suposições. Seja porque gostem de se vangloriar ou intimidar seus possíveis adversários, seja porque realmente acreditam no que dizem — o fato é que os bruxos há séculos afirmam possuir uma varinha mais poderosa do que qualquer outra, até mesmo uma varinha “invencível”, a Varinha das Varinhas.
Alguns chegaram ao exagero de alegar que sua varinha é feita de sabugueiro, como a que a Morte supostamente fabricou. Tais objetos receberam nomes, entre os quais “a Varinha do Destino” e “a Varinha da Morte”.
Não admira que velhas superstições tenham se desenvolvido em torno de nossas varinhas, que são, afinal, nossas ferramentas e armas mágicas mais importantes.
Algumas (e, portanto, seus donos) são supostamente incompatíveis:

Se a varinha dele é carvalho, e a dela, azevinho
Casarem-se os dois será um descaminho

Ou indicam falhas no caráter:

Castanheiro preguiçoso, sorveira falastrona
freixo queixo-duro, aveleira resmungona.

E, com efeito, nessa categoria de máximas sem comprovação encontramos:

Varinha de sabugueiro, azar o ano inteiro.

Seja porque a Morte fabrica a varinha ficcional com sabugueiro na história de Beedle, seja porque os bruxos sedentos de poder ou violentos têm persistentemente afirmado que suas varinhas são feitas de sabugueiro, esta madeira não goza da preferência dos fabricantes de varinhas.
A primeira alusão bem documentada a uma varinha de sabugueiro dotada de poderes particularmente fortes e perigosos foi àquela que pertenceu a Emerico, cognominado “o Mal”, um bruxo de vida curta, mas excepcionalmente agressivo, que aterrorizou o sul da Inglaterra no início da Idade Média. Morreu como tinha vivido, em um encarniçado duelo com outro bruxo conhecido por Egberto. Ignora-se que fim levou Egberto, embora a expectativa de vida dos duelistas medievais fosse geralmente baixa. Nos tempos anteriores à criação de um Ministério da Magia para regular o uso da magia negra, os duelos eram geralmente fatais.
Um século depois, outro personagem desagradável, de nome Godelot, expandiu o estudo da magia negra registrando uma coleção de feitiços perigosos, com o auxílio de uma varinha descrita como “mia amijga mas maluada e sottill, cum coorpo de sabugueiro, que conhece camijnhos de magia mui maligna” (Magia mui maligna se tornou o título da obra-prima de Godelot).
Como podemos observar, Godelot considera sua varinha uma colaboradora, quase uma instrutora. Aqueles que estão familiarizados com as tradições das varinhas[6],concordarão que elas realmente absorvem o conhecimento de quem as usa, embora tal processo seja imprevisível e imperfeito. É preciso levar em consideração todo tipo de fatores adicionais, tais como as relações entre a varinha e seu usuário, para compreender a eficiência do seu desempenho com determinado indivíduo.

[6] Como eu.

Ainda assim, é provável que uma varinha hipotética que tenha passado pelas mãos de muitos bruxos das trevas teria, no mínimo, uma marcada afinidade pelos tipos de magia mais perigosos que há.
A maioria dos bruxos prefere uma varinha que os tenha “escolhido” a qualquer outra de segunda mão, precisamente porque esta última terá adquirido hábitos do seu dono anterior que podem não ser compatíveis com o estilo de magia do novo dono. A prática comum de enterrar (ou queimar) a varinha com o seu dono, quando ele morre, também contribui para impedir que uma varinha aprenda com numerosos mestres. Os que acreditam na varinha de sabugueiro, no entanto, sustentam que, dada a maneira com que ela sempre transferiu sua lealdade entre donos — o próximo superando o anterior, em geral matando-o — a varinha de sabugueiro nunca foi destruída nem enterrada, antes sobreviveu para acumular sabedoria, força e poder muito além do normal.
Sabe-se que Godelot pereceu em seu próprio porão, onde foi trancafiado pelo filho demente, Hereward. É de se supor que o filho tenha se apossado da varinha do pai, ou este último teria conseguido fugir, mas que destino Hereward terá dado à varinha não sabemos ao certo. Sabemos, sim, que uma varinha chamada “Varinha de Eldrun” por seu dono, Barnabás Deverill, surgiu no início do século XVIII, e que este bruxo a usou para talhar sua reputação de guerreiro temível, até seu reino de terror ser encerrado pelo igualmente notório Loxias, que lhe tomou a varinha e a rebatizou de “a Varinha da Morte”, usando-a para destruir qualquer um que o desagradasse. É difícil acompanhar a trajetória subsequente da varinha de Loxias, pois muitos alegam tê-lo matado, inclusive a própria mãe.
O que deve ocorrer a qualquer bruxo inteligente que estude a pretensa história da Varinha das Varinhas é que todo homem que afirme ter sido seu dono[7] insistiu em sua “invencibilidade”, quando os fatos que se conhecem sobre sua passagem pelas mãos de muitos donos demonstram não só que ela foi vencida centenas de vezes, como atraiu tanta confusão quanto Bodalhão, o Bode Resmungão, atraía moscas.

[7] Nenhuma bruxa jamais afirmou ter sido dona da Varinha das Varinhas. Extraiam disso a conclusão que quiserem

Em última análise, a busca pela Varinha das Varinhas corrobora uma observação que tive oportunidade de fazer muitas vezes no curso de minha longa vida: que os humanos têm um pendor para escolher precisamente as coisas que lhes fazem mal.
Qual de nós, porém, teria revelado a sabedoria do terceiro irmão, se lhe fosse oferecido escolher o melhor presente da Morte? Bruxos e trouxas são igualmente imbuídos de sede de poder. Quantos teriam resistido à “Varinha do Destino”? Que ser humano, tendo perdido um ente amado, poderia resistir à tentação da Pedra da Ressurreição?
Mesmo eu, Alvo Dumbledore, acharia mais fácil recusar a Capa da Invisibilidade, o que prova apenas que, esperto como sou, continuo sendo um bobalhão tão grande quanto os demais.






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