segunda-feira, 19 de novembro de 2012

O MANUAL DO BRUXO - ALLAN ZOLA KRONZEK - 24







Os demônios — espíritos malévolos do folclore, da mitologia e da religião do mundo inteiro — existem em todas as formas e tama­nhos e quase sempre querem fazer alguma coisa ruim.



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Os demônios espíritos malévolos do folclore, da mitologia e da religião do mundo inteiro existem em todas as formas e tama­nhos e quase sempre querem fazer alguma coisa ruim. O malvado grindylow, que ataca Harry no lago de Hogwarts, é um demônio inglês. Assim também o árabe ghoul, e o japonês kappa, estudado nas aulas de Defesa contra as Artes das Trevas. Na maioria das culturas é possível encontrar histórias apavorantes de demônios e de suas maldades. Embora hoje sejam reconhecidos como frutos da imaginação, os demô­nios foram considerados reais em outros tempos e eram responsabiliza­dos por boa parte do mal e do sofrimento deste mundo.


Os mais antigos relatos sobre demônios podem ser encontrados nas antigas culturas da Mesopotâmia, Pérsia, Egito e Israel, onde uma diver­sidade de espíritos malignos levava a culpa pelas doenças, pela destrui­ção das plantações, pelas inundações, incêndios, pragas, ódios e guerras. Diziam que demônios com nomes como "o Emboscador" e "o Pegador" estavam sempre prontos a atacar, em todo e qual­quer lugar: em desertos e florestas, em porões e telhados e dentro de casas que não estivessem devidamente protegidas por amuletos ou feitiços. Capazes de assumir muitas formas, os demônios antigos podiam surgir como moscas, cães, touros ou monstros de muitas cabeças.
A noção européia de demônios formou-se a partir dessas tradições, bem como dos daimons da Grécia antiga. Esses espíritos invisíveis, descritos como intermediários entre o homem e os deuses, podiam ser bons ou maus. Daimons maus le­vavam os homens pelo caminho errado e incentivavam ações ruins, enquanto os daimons bons, segundo se acreditava, davam orientação posi­tiva e proteção. O filósofo Sócrates afirmava que um daimon bom zelava por ele, ao longo da vida, sussurrando conselhos em seu ouvido e o advertindo de perigos. Como se acreditava que os daimons se comuni­cavam com os deuses, as pessoas muitas vezes tentavam invocá-los para que ajudassem em atividades mágicas, como lançar feitiços ou maldições. A presença e a influência dos daimons eram aceitas por todos no mundo antigo.
Como anteriormente os demônios haviam sido anjos sábios, eles também tinham a reputação de possuir um repertório de conhecimentos preciosos sobre assuntos tão variados como matemática, ervas medici­nais, geometria, bem como as artes de voar e de ficar invisível. Por isso os pseudofeiticeiros ficavam extremamente tentados a fazer contato com eles e ter acesso a seus segredos. Mas os demônios eram muito espertos e, segundo a tradição popular, conheciam muitas maneiras de ferir e destruir as pessoas tolas o bastante para tentar se comunicar com eles. Invocar demônios era uma atividade extremamente ilegal e, em muitas partes da Europa, punida com a morte.
No entanto, nem todos os demônios estão associados às forças das Trevas. Em certas culturas, os demônios não se interessam em conduzir os homens para o caminho do mal. Desejam apenas usá-los como prato principal de seu jantar! Em outros casos, só atacam para defender seu ter­ritório — florestas, montanhas, desertos, lagos e rios onde, em geral, habitam contra a invasão humana. Em todo o mundo, porém, os de­mônios representam tudo o que é apavorante, tanto no mundo natural como dentro de nós mesmos. A exemplo das pessoas, os demônios praguejam e se enfurecem, conspiram e tramam, enganam e seduzem, e revelam uma energia ilimitada (ele "trabalha como um demônio") para obter o que desejam. Felizmente, em quase todos os casos, os demônios podem ser ludibriados as armas mais poderosas con­tra eles são a inteligência humana, a verdade, o amor e, em muitos casos, o riso.


Asmodeus, o demônio de três cabeças, era considerado especialista em destruir casamentos e em despertar a raiva e o desejo de vingança.




Prisioneiro de Azkaban, 8



 Como reconhecer um demônio

Se você está com medo de que os demônios estejam observando, escondidos em becos escuros, poderá ficar mais tranqüilo se souber reconhecer um demônio quando encon­trar um. Embora os demônios venham de muitos lugares diferentes, todos possuem algumas características físicas que facilitam reconhecê-los.
Em sua maioria, os demônios caminham eretos e mistu­ram traços humanos reconhecíveis com feições de alguma fera. E comum terem mais de uma cabeça, assim como dedos a mais ou a menos do que o normal, nas mãos e nos pés. Muitos demônios ostentam asas semelhantes às de um morcego, caudas, garras e chifres. Contudo, costumam ocul­tar esses acessórios no próprio corpo, quando saem para espreitar suas presas. As bocas, muitas vezes, são grotescas e deformadas, com caninos salientes e línguas compridas e onduladas. Alguns não têm pele e quase todos possuem metade do corpo coberta de escamas ou penas.
Mas o que realmente denuncia a maioria dos demônios são seus pés. Enquanto o resto do corpo pode ter a aparência de uma mulher linda, de um tigre de três cabeças ou de qualquer coisa que se possa imaginar, os pés serão sempre as patas de um bode, porco, galo ou ganso, ou ainda, no caso de um demônio aquático, o rabo de um peixe ou de uma cobra.






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