sexta-feira, 23 de novembro de 2012

O MANUAL DO BRUXO - ALLAN ZOLA KRONZEK - 28








Como aparecem no folclore de muitas nações, há elfos de todas as formas e tamanhos. Em sua maioria se parecem com seres humanos magros, em estado natural, mas podem mudar de forma ou desaparecer num piscar de olhos. 



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Algumas vezes extremamente irritante, outras muito simpático, Dobby, o elfo doméstico, é um exemplo para seus semelhantes. Quando Harry vê pela primeira vez a figurinha minúscula vestida apenas com um filtro de papel usado para fazer chá, não fica muito impressiona­do. Mas quando o bolo da tia Petúnia se arrebenta todo no chão da co­zinha e não há ninguém para levar a culpa senão Harry, ele rapidamente aprende que os elfos são capazes de fazer tremendas travessuras mágicas.
Como aparecem no folclore de muitas nações, há elfos de todas as formas e tamanhos. Em sua maioria se parecem com seres humanos magros, em estado natural, mas podem mudar de forma ou desaparecer num piscar de olhos. Um elfo pode ser pequeno o bastante para dormir embaixo de um cogumelo ou grande o bastante para se fazer passar por um ser humano. Dizem que os elfos escuros da Alemanha são muito feios, mas os elfos dinamarqueses são famosos por sua beleza. No fol­clore inglês, os elfos machos costumam ser descritos como velhos enrugados, mas as fêmeas são donzelas formosas, de cabelos dourados.
Os elfos de todos os países são especialistas em usar seus poderes sobrenaturais para interferir na vida dos humanos. Embora nunca te­nhamos ouvido falar de outros elfos como Dobby e seus amigos, que ado­ram servir seus senhores humanos e se castigam batendo com a própria cabeça na parede em caso de desobediência, muitos elfos dedicam-se de bom grado a prestar ajuda nos assuntos domésticos. No conto de fadas "O Sapateiro e Seus Elfos", por exemplo, dois elfos resolvem ajudar um sa­pateiro pobre e faminto, confeccionando lindos sapatos todas as noites, com o couro que o artesão estende antes de ir dormir. Mas quando o sapateiro e sua esposa demonstram sua gratidão deixando um pequenino jogo de roupas novas para cada elfo, os elfos gritam de alegria, vestem suas novas roupas e vão embora correndo, sem nunca mais serem vistos.
Isso pode parecer uma reação indelicada diante de um gesto de bon­dade, mas até que é pouco, comparado com algumas das brincadeiras que os elfos aprontam. De fato, é difícil encontrar um elfo (mesmo um elfo doméstico) que não tenha um lado travesso, e existem alguns que são francamente malvados. No folclore da Islândia e da Alemanha, os elfos raptam bebês, roubam gado, furtam comida e provocam doenças em seres humanos e nos animais das fazendas. Também sentam nas pes­soas enquanto elas dormem, provocando pesadelos (a palavra alemã para "pesadelo" é Alpdrücken, ou seja, "pressão de elfo"), e enfeitiçam jovens, por vezes mantendo-os enfeitiçados durante muitos anos. A famosa história americana de Rip Van Winkle, que dorme durante vinte anos, se inspira nessa antiga crença popular.


Na Inglaterra, elfos maldosos levavam a culpa por tantas coisas ruins que foram criadas várias expressões para designar suas maldades. Na Idade Média diziam que pessoas ou bichos mortos subitamente devido a doenças misteriosas tinham sido atingidos pela flecha de um elfo. A prova de que esses ataques funestos ocorriam de fato eram as "flechas de elfo", pequenas pontas de flecha feitas de sílex, encontradas no campo (objetos que, hoje sabemos, foram feitos por homens da Idade da Pedra e não por elfos). Dizia-se que as pessoas nascidas com deformidades físi­cas tinham sido "marcadas por elfos" e que a vítima de um derrame paralisante ou deformador tinha sido "torcida por um elfo". Até o cabelo emaranhado era culpa dos elfos, que trans­formavam tranças lisas em emboladas "mechas de elfo".


Câmara Secreta, 2



As roupas novas do elfo

Por que Dobby foi libertado quando ganhou de presente uma meia velha e suja? Nós não conhecemos todas as regras das relações dos elfos com os seres humanos e suas casas, mas sabemos de fato que as fadas domésticas sempre tiveram uma forte reação a roupas novas. Alguns, como os elfos do sapateiro, ficam contentíssimos diante de roupas vistosas, ao passo que muitos outros parecem achar esse tipo de presente ofensivo. De um jeito ou de outro, o resultado é o mesmo: basta deixar uma camisa ou um sapato novo para o seu elfo, diabrete ou brownie (ver bicho-papão) para garantir que ele irá embora de manhã e que nunca mais voltará.
As explicações para esse comportamento meio estranho variam de um lugar para o outro. Parte do folclore inglês diz que as fadas domésticas são espíritos livres que simples­mente não querem ficar embaraçadas com a posse de bens terrenos. No condado inglês de Berwickshire dizem que os brownies vão embora quando recebem um presente porque Deus os nomeou servos da humanidade, obrigando-os a prestar serviços sem receber nenhum pagamento em troca. Mas em Lincolnshire se diz o contrário: lá, os brownies são criaturas orgulhosas, que vão embora quando os presentes não estão de acordo com suas expectativas. Há um conto em que um brownie mete o pé na estrada quando ganha uma camisa de tecido ordinário, mas só depois de ter deixado bem claro que teria ficado mais tempo se a camisa fosse de linho! Obviamente, Dobby não faz objeções desse tipo.






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