quinta-feira, 29 de novembro de 2012

O MANUAL DO BRUXO - ALLAN ZOLA KRONZEK - 32







Presença constante no folclore irlandês desde o século VIII, os espíri­tos agourentos não são criaturas malignas, mas seus lamentos aflitivos podem torná-los absolutamente aterradores. Seu traço físico mais carac­terístico são os... [...].



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Ver um espírito agourento é a coisa mais apavorante que Simas Finnigan, colega de escola de Harry, pode imaginar. E não é à toa: quando um desses espectros surge diante de um irlandês, significa que algum parente irá morrer em breve.
Presença constante no folclore irlandês desde o século VIII, os espíri­tos agourentos não são criaturas malignas, mas seus lamentos aflitivos podem torná-los absolutamente aterradores. Seu traço físico mais carac­terístico são os olhos, que se tornaram vermelhos cor de fogo após sécu­los de choro e de lamento pelas pessoas que eles amaram. Comumente descritos como mulheres altas e esqueléticas, de cabelos brancos escor­ridos, os espíritos agourentos usam em geral um vestido verde coberto por um manto cinzento, com capuz. Às vezes, porém, podem aparecer na forma de uma mulher pequena e velha, ou de uma jovem linda, de cabelos dourados e de roupa vermelha.
Acredita-se que cada espírito agourento é consagrado a uma única família irlandesa e a seus descendentes e serve a ela ao longo de séculos, mas só aparece quando um membro da família está prestes a morrer. O espírito agourento mais famoso da antigüidade chamava-se Aibhill e assombrou a família real dos O'Brien. Segundo a lenda, o rei Brian Boru, já velho, partiu para a batalha de Clontarf, em 1014, ciente de que não ia sobreviver, pois Aibhill surgira para ele na noite anterior lavando roupas dos soldados até a água ficar vermelha de sangue.
Anos depois acreditava-se que os espíritos agourentos surgiam para anunciar a morte de alguém chorando ou emitindo lamentos fúnebres sob a janela da pessoa que ia morrer. Num relato famoso do século XVII, uma visitante de uma fazenda irlandesa relatou seu medo ao ouvir uma voz no meio da noite: "Abri a cortina e, na esquadria da janela, vi sob a luz da lua uma mulher encostada à janela, de cabelo vermelho, pálida e de aparência tétrica. Falava alto e num tom que eu nunca tinha ouvido e então, com um suspiro que mais parecia o som do vento do que uma res­piração, ela desapareceu." Soube-se, depois, que havia morrido uma pes­soa na casa durante aquela noite.
Um espírito agourento também pode se manter à distância, uma figu­ra solitária que assinala a morte de alguém quando percorre a passos lentos os morros em redor da casa de uma família (a palavra inglesa banshee — como é chamado o espírito agourento em inglês - vem do irlandês bean si, que significa "mulher nos morros") ou quando fica senta­da no alto de um muro de pedra. Nem sempre ela fica visível, mas seus gritos cortantes não deixam nenhuma dúvida de que está presente. Nas raras ocasiões em que vários espíritos agourentos aparecem juntos, signi­fica que uma pessoa muito importante ou reverenciada irá morrer.
Acredita-se que só as famílias mais antigas, que podem remontar sua linhagem até os heróis lendários do início da Idade Média, têm espíritos agourentos. Originalmente, isso incluía apenas as famílias cujo último nome começava com "O" ou "Mac", mas, após séculos de casamentos entre famílias, centenas de outras famílias também podem reclamar esse direito. Como os espíritos agourentos estão ligados às genealogias fami­liares, seguirão suas famílias aonde quer que elas forem. Assim, dizem que os lamentos dos espíritos agourentos são ouvidos na Inglaterra, Estados Unidos e aonde quer que os irlande­ses tenham ido como colonos.






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