quarta-feira, 21 de novembro de 2012

O MANUAL DO BRUXO - ALLAN ZOLA KRONZEK - 26







Os heróis das lendas ocidentais encararam uma grande variedade de demônios e monstros, mas só uns poucos ousaram desafiar o mais poderoso de todos — o enorme dragão que cospe fogo.



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Os heróis das lendas ocidentais encararam uma grande variedade de demônios e monstros, mas só uns poucos ousaram desafiar o mais poderoso de todos o enorme dragão que cospe fogo. Mais do que um triunfo adicional no currículo do herói, o dragão representa, em muitas histórias, a etapa conclusiva na busca da glória. Portanto, enfrentar o temperamental Rabo-Córneo Húngaro é um desafio adequado para Harry, em sua busca da vitória no Torneio Tribruxo.
Os dragões foram personagens de destaque no mito e no folclore durante a maior parte da história. No Ocidente apareceram em antigos escritos da Babilônia, Egito, Grécia, Roma, Alemanha, Escandinávia e Ilhas Britânicas. A lista de guerreiros que combateram os dragões mais parece um catálogo de heróis. O herói grego e romano Hércules deu cabo de muitos dragões em sua longa carreira, entre os quais a famosa Hidra, com nove cabeças mortíferas. Diversos guerreiros babilônios combateram Tiamat, dragão conhecido como Rainha das Trevas, com cabeça e patas dianteiras de leão, patas traseiras de águia, asas emplumadas e corpo coberto de escamas, invulnerável a todas as armas. Thor, o deus do trovão nórdico, sucumbiu ao veneno da Serpente Midgard, dragão enorme que circundava a Terra inteira, mas não sem ter antes desferido um golpe fatal na criatura. Beowulf, considerado um dos primeiros heróis da literatura inglesa, também encontrou a morte ao matar um dragão, e os cavaleiros medievais consideravam a caça aos dragões como um passatempo bastante comum.
A descrição física dos dragões se mantém quase igual em todas as histórias. Representados, em geral, como serpentes gigantescas (a palavra grega drakon significa "grande serpente"), os dragões costumavam ser revestidos de escamas impenetráveis e munidos de um ou dois pares de pernas e de asas semelhantes às do morcego. A maioria tinha cabeça em forma de cunha e caninos compridos, às vezes venenosos. Alguns também ostentavam um par de chifres, garras enormes e um rabo com esporões, ou então bifurcado. Os dragões galeses eram, não raro, vermelhos; os dragões alemães, brancos, e os outros dragões, pretos ou amarelos.
Quase todos os dragões tinham uma coisa em comum — seu hálito de fogo. As enormes bolas de fogo que essas criaturas podiam lançar, em baforadas, eram mais do que um simples risco para os cavaleiros destemi­dos: dizia-se que elas podiam devastar países inteiros! E quando um herói se mostrava esperto o bastante para evitar as chamas e matar seu inimi­go, um dragão ainda podia ser perigoso, mesmo depois de morto. Dizia-se que tocar no sangue do dragão provocava a morte e que, se os dentes do dragão fossem plantados no solo, faziam brotar guerreiros san­guinários armados.
Uma fera tão ameaçadora só podia mesmo ser vista como um inimi­go natural da humanidade. Dizia-se que os dragões eram criaturas astu­tas, comilonas e cruéis, que moravam em cavernas enormes ou em crate­ras de vulcões, bem como em oceanos e lagos. Periodicamente, matavam sua fome comendo rebanhos inteiros ou então devorando pessoas. Em muitas lendas, um dragão raptava uma donzela e sumia com ela, às vezes para devorá-la, ou apenas para gozar de sua compa­nhia. Embora não tivessem nenhuma necessidade de dinheiro, os dragões tam­bém eram famosos por sua ganância, guardando enormes quantidades de ouro, prata e outras riquezas. (Os dragões do mar gostavam de acumular pérolas.) Dizia-se que o dragão conhecia a composição exata de seu tesouro e percebia imediatamente, reagindo com violência, se uma simples moeda fosse retirada.


Na Idade Média, os dragões foram associados à serpente bíblica que fez com que Adão e Eva fossem expulsos do Jardim do Éden. Os dragões foram então descritos e pintados como representantes do pecado, da mal­dade e às vezes do próprio Diabo. A clássica luta do cavaleiro contra o dragão representava, portanto, a batalha mais ampla do bem contra o mal. Dizia-se que muitos santos cristãos haviam enfrentado dragões. Um dos mais famosos foi São Jorge, que, segundo a lenda, viajava perto de Silena, na Líbia, quando ouviu falar do dragão que habitava um lago na região. A exemplo de muitos outros, esse dragão adorava devorar donze­las e não permitia que o povo tivesse acesso à única fonte de água da região, a menos que lhe dessem uma donzela por dia. Exércitos inteiros morreram massacrados na tentativa de combater a criatura. No dia em que São Jorge chegou, a filha do rei, a única donzela que ainda restava, ia ser sacrificada. São Jorge imediatamente se ofereceu para combater o dragão e conseguiu matá-lo com um só golpe de sua lança.
O êxito de São Jorge foi muito admirado, sobretudo depois que se tornou santo padroeiro da Inglaterra, no século XIV. Os dragões ficaram ligados ao cavalheirismo e ao romance. Qualquer um dos cavaleiros retratados na literatura tinha que matar ao menos um monstro cuspidor de fogo e salvar uma donzela formosa para ser considerado um herói autêntico. Nas lendas do rei Arthur, Lancelot e Tristão, às vezes citados como os mais nobres cavaleiros da Távola Redonda, mataram dragões. A tradição afirma que foram essas pessoas de espírito destemido, ávidas de dar provas da sua fé cristã e de seu heroísmo, que levaram os dragões à extinção. É claro, contudo, que Carlinhos Weasley tem uma outra ver­são para essa história.


Pedra Filosofal, 14



Os dragões do Oriente

Qualquer dragão que voasse da Europa para a China ou Japão sofreria um tremendo choque cultural. Em vez de odiado, temido e atacado, seria recebido com sorrisos e gestos de boas-vindas. No Oriente, o dragão sempre foi visto como uma criatura benévola e um sinal de sorte.
Diferentes de seus primos ocidentais, os dragões orientais não bafejam chamas nem têm asas, embora em geral possam voar por meio da magia. Um dragão oriental típico tem chi­fres de cervo, cabeça de camelo, pescoço de cobra, garras de águia, orelhas de touro e costeletas. Nas lendas chinesas há dragões que protegem o céu, dragões que trazem a chuva e dragões que controlam rios e córregos. No Japão, onde cos­tumam ser considerados sábios, bondosos e prestativos, os dragões serviram durante séculos como emblema oficial da família imperial.






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