Conforme os alunos das aulas de encantamento do professor Flitwick logo aprendem, existem encantamentos para quase todas as situações. Se a pessoa conhece as palavras certas, pode abrir o caminho para a riqueza e a fama, derrotar os inimigos e dominar o coração dos homens.
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Quando, nas conversas cotidianas, usamos a
palavra "encantamento", em geral nos referimos a um certo tipo de
charme social, uma característica encantadora incomum que torna
certas pessoas mais sedutoras e persuasivas do que outras. Mas o termo inglês charm
(encantamento), derivado do latim carmen, que significa
"canto" ou "frase ritual", tem muitos significados
diferentes, em sua maioria sem nenhuma relação com a aparência ou sociabilidade
da pessoa. No mundo da bruxaria e feitiçaria, um encantamento costuma ser uma
expressão recitada ou escrita com o intuito de alcançar um determinado efeito
mágico. Assim, Harry pronuncia um encantamento invocatório especial (Accio
Firebolt!) quando quer chamar sua vassoura voadora para perto de si, ao
passo que Hermione usa um encantamento de levitação (Vigardium Leviosa!) para
fazer uma pena flutuar.
Conforme os alunos das aulas de
encantamento do professor Flitwick logo aprendem, existem encantamentos para
quase todas as situações. Se a pessoa conhece as palavras
certas, pode abrir o caminho para a riqueza e a fama, derrotar os inimigos e
dominar o coração dos homens. Um antigo encantamento inglês concede até
proteção contra anões malévolos. Mas os encantamentos são, em geral,
associados a benzedeiras medievais que os empregavam para tarefas completamente
humildes, como curar os doentes, proteger a lavoura e os rebanhos de doenças e
preservar os aldeões de maldições.
Embora alguns poucos encantamentos
combinem palavras com ações (como cuspir ou brandir uma varinha
mágica), a maioria não requer nenhum ritual especial nem qualquer
instrumento mágico. Dizem que os encantamentos funcionam até na forma puramente
escrita. Alguns dos encantamentos
mais antigos que se conhecem eram simples pedaços de pergaminho ou
papel, com palavras mágicas inscritas, como abracadabra, que
depois eram usados em redor do pescoço como amuletos de proteção.
Encantamentos puramente falados
tornaram-se populares na Europa por volta do século XII, quando
a Igreja Católica começou a pôr uma ênfase maior na força da prece falada e das
bênçãos do papa. Durante toda a Idade Média era comum que bruxas, magos e
até alguns membros da Igreja adaptassem preces cristãs para finalidades
mágicas. O pai-nosso era comumente reescrito e usado como um encantamento
contra a doença, a peste e o infortúnio pessoal. Um texto francês do século XIII narra
como um pároco usou essa prece "para livrar Arnald de Villanova das
verrugas que tinha nas mãos"! Outros encantamentos misturavam palavras
mágicas e nomes de santos e eram usados para tratar de doenças e de ferimentos,
como picada de cobra e queimaduras.
Algumas bruxas e magos mal preparados —
assim como a maioria dos "trouxas" — também usam a palavra
"encantamento" para designar qualquer objeto pequeno e portátil
dotado de poderes mágicos. Pés de coelho, trevos de quatro folhas e ferraduras
são com freqüência chamados de "encantamentos para dar sorte", mas
qualquer mágico sério vai zombar dessa idéia. Esses artefatos mágicos devem ser
chamados de amuletos (objetos que fornecem proteção mágica) ou talismãs
(objetos que atribuem a uma pessoa uma nova capacidade mágica). Os chamados
encantamentos que se penduram nos atuais braceletes são, em geral, meros
símbolos ornamentais de amor ou de amizade, destituídos de qualquer poder
mágico.
Como Hermione nos teria contado com grande
prazer, o melhor lugar para encontrar encantamentos genuínos
é nos livros. Portanto, se um dia você quiser um encantamento que alegre um
amigo melancólico ou um encantamento que limpe uma tremenda bagunça, basta
procurar na biblioteca de Hogwarts um exemplar de Encantamentos e Feitiços
Antigos. Mas verifique bem se está escolhendo o encantamento adequado para
a tarefa e se você sabe pronunciar todas as palavras. Senão pode acabar como
Aberforth, o inútil irmão do professor Dumbledore, que foi humilhado em
público por ter usado encantamentos inadequados em um bode.
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