Pelo que sabemos, os magos e bruxas que vivem na Inglaterra com Harry Potter são os únicos que têm a sorte de contar com um serviço de correio seguro oferecido pelas corujas. No entanto, a amizade entre corujas e bruxos tem uma longa história.
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Pelo que sabemos, os magos e bruxas
que vivem na Inglaterra com Harry Potter são os únicos que têm a
sorte de contar com um serviço de correio seguro oferecido pelas corujas. No
entanto, a amizade entre corujas e bruxos tem uma longa história. As
corujas dos magos famosos da Europa medieval podem não ter levado cartas para
seus donos, mas conta-se que eram companheiras fiéis e que era possível confiar
em seus poderes de observação e em sua capacidade de decorar fórmulas e
feitiços complicados. Reza a lenda que muitos magos distraídos, parecidos com
nosso amigo Neville Longbottom, buscavam a ajuda desses amigos emplumados
quando se encontravam em apuros.
A capacidade de Edwiges de se comunicar
com Harry e entender suas ordens tem origem nas crenças
dos gregos antigos, que consideravam as corujas extremamente inteligentes.
Atena, a deusa grega da sabedoria, era freqüentemente retratada com uma coruja
no ombro. Alguns dizem até que ela podia se transformar em uma coruja e que
usava esse disfarce para patrulhar seus domínios e para descobrir os segredos e
interesses de seus súditos. Os habitantes ricos de Atenas andavam com freqüência
pelas ruas com corujas em seus ombros ou em gaiolas. Muitos acreditavam que os
pássaros entendiam a fala humana e que poderiam conversar com as pessoas se
quisessem.
Em outras culturas, no entanto, as
corujas eram associadas à morte e às forças do mal, talvez por
serem criaturas da noite e
vorazes aves de rapina. Na China eram associadas a Lei Kung, deus do trovão,
enquanto no Japão acreditava-se que elas traziam fome e doença. No Egito
antigo, as corujas eram símbolo da morte e da noite, e na Roma antiga
acreditava-se que ver uma coruja durante o dia era um presságio terrível.
Muitos romanos supersticiosos achavam que a única maneira de evitar a desgraça
depois de ver uma coruja era capturar e matar o pássaro. Depois disso, suas
cinzas deveriam ser jogadas no rio Tibre. De acordo com as lendas, piados de
corujas previram o assassinato do imperador Júlio César.
Harry e seus amigos tremeriam ao ouvir
isso, mas muitas culturas sustentavam a crença de que possuir, ou
levar consigo, partes de coruja (pés, penas, olhos, corações, ossos ou, até
mesmo, corpos inteiros) dava à pessoa poderes especiais e garantia sua
proteção. Possuir uma parte de coruja podia proteger seu dono contra a raiva e
a epilepsia, ou dar força, sabedoria e coragem.
Os
curandeiros profissionais da Europa medieval tinham estoques de partes de
corujas para atender aos pedidos dos mais variados clientes, desde guerreiros
buscando forças para uma batalha até um amante querendo descobrir segredos
sobre sua amada. Sem dúvida, um grande mestre das poções como Severo Snape
também teria esses artigos à sua disposição.
Pedra Filosofal, 8
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