segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

O MANUAL DO BRUXO - ALLAN ZOLA KRONZEK - 34







Alguma vez você já quis saber de onde, na verdade, vieram os fan­tasmas? Ou por que a alma de algumas pessoas queridas que se foram, como Moaning Myrtle ou o professor Binns, ficam pairando pela Terra, ao passo que outras simplesmente dormem num túmulo acon­chegante e tranqüilo? Se é assim, você não foi o único. Fantasmas e his­tórias de fantasmas têm um papel importante no folclore, na literatura e na religião de quase todas as civilizações.



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Alguma vez você já quis saber de onde, na verdade, vieram os fan­tasmas? Ou por que a alma de algumas pessoas queridas que se foram, como Moaning Myrtle ou o professor Binns, ficam pairando pela Terra, ao passo que outras simplesmente dormem num túmulo acon­chegante e tranqüilo? Se é assim, você não foi o único. Fantasmas e his­tórias de fantasmas têm um papel importante no folclore, na literatura e na religião de quase todas as civilizações.
Os fantasmas se manifestam de muitas formas. O tipo básico e mais universal de fantasma é a aparição, ou espírito desencarnado. Algumas aparições parecem feitas de um vapor baço e enevoado. Muitas outras, contudo, parecem seres humanos de carne e osso, perfeitamente nor­mais. O folclore europeu está repleto de histórias de fantasmas iguaizi­nhos a seres humanos, que comem, bebem e exercem a maioria das funções corporais rotineiras nas pessoas vivas. Muitas vezes a natureza fantasmática desses espectros só se revela pela sua capacidade misteriosa de desaparecer em pleno ar, ou pelo estranho cheiro bolorento ou podre que alguns fantasmas deixam atrás de si.
Na Grécia e na Roma antigas, os espíritos dos mortos muitas vezes tomavam a forma de sombras escuras, estranhas manchas negras, ou pre­senças invisíveis, semelhantes a poltergeists. Os antigos egípcios acredi­tavam que os mortos podiam voltar em seus próprios corpos reanimados e muitas outras culturas acreditam que os fantasmas podem aparecer como demônios, animais ou mesmo plantas.
A maioria das sociedades antigas, tanto no mundo ocidental como no oriental, tinha como certo que os fantasmas eram um fenômeno perfeita­mente real - e natural - e muitas culturas promoviam festas, ao longo do ano, a fim de manter boas relações com os mortos. Talvez a festa dos mor­tos mais curiosa da antigüidade fosse a festa romana chamada Lemurália, realizada toda primavera. Durante a Lemurália, os romanos que possuíam uma casa levantavam-se no meio da noite e caminhavam em torno da sala, deixando atrás de si uma trilha de feijões pretos. "Com esses feijões", entoavam os homens com toda seriedade, "pago o resgate para mim e para minha família." Contornavam a sala, deixavam a trilha de feijões e repe­tiam essa frase nove vezes, para garantir que os espíritos dos mortos tivessem bastante tempo para recolher suas oferendas. Em seguida o dono da casa fazia soar um pesado címbalo de bronze e gritava: "Espíritos de meus ancestrais, vão embora!" Depois disso acreditava-se que todos os fan­tasmas inquietos iriam embora tranqüilamente, até o ano seguinte.
Como pode ser visto neste ritual relativamente simpático, os fantasmas antigos, em sua maioria, eram menos temidos do que reverenciados. Hoje, no entanto, a maior parte da tradição dos fantasmas -sejam eles apresentados co­mo reais ou fictícios — os retrata como criaturas as­sustadoras e antinaturais que só surgem quando o espírito de um morto está intranqüilo ou desconfor­tável, por algum motivo. Certos espíritos inquietos, como o personagem Jacob Marley no Conto de Natal, de Dickens, estão condenados a assombrar a humanidade por causa dos pecados que cometeram quando vivos. Outros caminham pela Ter­ra porque encontraram um fim violento ou inesperado.
Diz-se, por exemplo, que Beamish Hall, no condado de Durham, Inglaterra, é assombrada pelo fantasma de uma jovem que morreu sufoca­da quando estava escondida num baú. (Segundo a lenda, ela tentava evi­tar um indesejável casamento arranjado. Só podemos esperar que o seu noivo fosse mesmo tão ruim quanto ela pensava!)
A maioria dos fantasmas em Hogwarts, é claro, sofreu algum fim igual­mente trágico ou brutal. A morte horrenda de Nick Headless pode ter sido inspirada no caso do conde de Lancaster, no século XIV, que, segundo se dizia, assombrava o Dunstanburgh Hall, na Inglaterra, em vingança por sua decapitação malfeita. Segundo testemunhas, um carrasco inexperiente teve de dar onze machadadas para conseguir separar do corpo a cabeça do conde, e até soldados durões desmaiaram diante dessa cena!
Uma vez que um fantasma se encontre à solta pelo mundo, ele geral­mente irá perambular sem rumo, assombrar casas ou vadiar em cemitérios, até seu espírito ter sido vingado ou libertado. A maneira mais popular de livrar-se de um espírito indesejável é contratar um exorcista profissional, ou "caçador de fantasmas", mas certos fantasmas desaparecem se a pessoa simplesmente enterrar de novo os ossos deles em uma encruzilhada. Como os fantasmas têm um sentido de direção sabidamente ruim, esse pequeno truque normalmente os desorienta por toda a eternidade. Contudo, se nada funcionar, você pode acabar se acostumando a ter um fantasma por perto. Afinal, existem coisas muito piores do que ser convi­dado para uma boa festinha de aniversário de morte, de vez em quando.



Pedra Filosofal, 7



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