Quem nunca desejou, pelo menos uma vez, ter uma varinha mágica?
As varinhas mágicas (...) são vistas
no mundo inteiro como um símbolo da capacidade de fazer as coisas acontecerem.
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Quem nunca desejou, pelo menos uma vez,
ter uma varinha mágica? As varinhas mágicas - simples,
elegantes e fáceis de transportar - são vistas no mundo inteiro como um
símbolo da capacidade de fazer as coisas acontecerem. Um toque da varinha e puf!
- a louça está lavada, o quarto arrumado, a taça de sorvete triplicou de
tamanho e a tia Henrietta ligou dizendo que não virá. Mas, como ficamos sabendo
através das experiências pessoais de Harry, talvez não seja assim tão simples.
Aparentemente é necessário ter um pouco de prática em feitiços e transfiguração
para usar bem sua varinha, além de orientação sobre o tipo de madeira do
qual ela deve ser feita. Mogno, carvalho, azevinho ou aveleira? E quanto ao
pêlo de unicórnio, à pena de fênix e outros acessórios para a sua
varinha? Esses detalhes não devem ser desprezados. As varinhas mágicas existem
há muito tempo. Elas aparecem nas pinturas pré-históricas de cavernas e na
arte dos antigos egípcios. Os mágicos da sociedade dos druidas, que surgiu na
Europa pré-cristã, presidiam os rituais religiosos com varinhas feitas com a
madeira do espinheiro, do teixo, do salgueiro e de outras árvores que eles
consideravam sagradas. As varinhas só eram talhadas ao amanhecer ou entardecer
- consideradas as melhores horas para se capturar os poderes do sol - usando
uma faca que havia sido banhada em sangue. No Antigo Testamento, Moisés usa uma
varinha mágica em forma de cajado de pastor para separar o mar Vermelho e para
tirar água de uma pedra. Uma imagem do século IV mostra
Jesus ressuscitando Lázaro com a ajuda de uma varinha. Como esses exemplos
sugerem, historicamente as varinhas não serviram apenas como condutores de
poderes sobrenaturais, mas também como ferramentas de cerimônias religiosas e
símbolos de poder.
Na ficção, as varinhas mágicas apareceram pela
primeira vez na Odisséia, escrita pelo poeta grego Homero por volta de
800 ou 900 a.C. A bela feiticeira Circe usa sua varinha para transformar
a tripulação do barco em porcos. Transformar uma coisa em outra é um uso
clássico da varinha mágica na literatura, e pode ser encontrado em inúmeros
contos de fadas. O exemplo mais conhecido é a varinha com ponta de estrela
usada pela fada madrinha de Cinderela para transformar camundongos em cavalos e
uma abóbora em carruagem. Outras varinhas famosas pertencem a Merlim, mago e
mentor do rei Artur, e ao deus grego Hermes, que usa sua varinha (ou caduceu)
para ficar invisível para os mortais.
Duas
representações diferentes da varinha mágica aparecem
nessas cartas de tarô.
À esquerda, a varinha do mágico de rua
serve para revelar sua profissão e para direcionar a atenção de seus espectadores. A direita, um
mago de verdade usa sua varinha
para invocar os poderes dos céus e usá-los sobre a Terra.
Na Europa do início
da Idade Moderna, muitos praticantes de magia consideravam a varinha uma
ferramenta essencial. Ela era usada por mágicos (ver magia) para lançar
feitiços e para desenhar “círculos mágicos” que os protegeriam da influência
nociva dos demônios ou espíritos que eles pretendiam invocar.
Não tendo acesso ao conveniente Beco
Diagonal para fazer suas compras, os aspirantes a mágico buscavam nos livros
de feitiços as instruções sobre como projetar e fabricar uma varinha. De acordo
com The Key of Solomon (A chave de Salomão), um dos livros de magia mais
famosos da Idade Média, a varinha ideal deveria ser feita com madeira de
aveleira e cortada da árvore com um único golpe de um machado recém-fabricado.
Alguns peritos no assunto diziam que o poder da varinha podia ser aumentado se
fossem usadas pontas magnetizadas, cristais, ou caso fossem inscritas palavras
mágicas ou nomes sagrados na varinha. À medida que a varinha era talhada, o
mágico apelava para os espíritos, demônios ou deuses adequados para dotá-la com
os poderes desejados — curar os doentes, controlar as forças da natureza ou
conceder ao praticante seus pedidos.
Ainda que os mágicos
envolvidos em rituais levassem seu trabalho a sério, no início do século XV as
varinhas também eram usadas para fins menos sérios - serviam como adereço
padrão dos artistas de rua que faziam “mágicas” para viver. Para o mágico, a
varinha tinha, pelo menos, duas funções importantes: era o instrumento que
fazia a mágica acontecer e ajudava a enganar o público chamando a atenção para
uma coisa enquanto ele fazia outra secretamente.
As varinhas mágicas
são, como todos sabem, uma característica dos atuais mágicos de espetáculo.
Vários mágicos que conhecemos colecionam “varinhas especiais” que dobram,
mudam de cor, atiram serpentinas ou se quebram em mil pedaços. Isso lembra as
varinhas especiais feitas pelos empreendedores gêmeos Weasley, que parecem ter
usado a magia para fabricar o mesmo artigo que um trouxa compraria em uma loja
de brincadeiras ou de suprimentos para mágicos - você a balança e ela se
transforma em uma galinha de plástico.
Pedra Filosofal, 5
A
CLAVA MÁGICA
Por que a varinha e não,
digamos, uma pena se tornou o símbolo da magia? O que há nessa vara para que
represente os incríveis poderes do mágico? A resposta, segundo alguns estudiosos,
pode ser encontrada nos primeiros instrumentos de poder do homem pré-histórico
— a clava do homem das cavernas. Apesar de não ser exatamente “mágica”, a
clava, um pedaço grande de um galho de árvore, certamente dava a seu dono um poder
extraordinário - de se defender, de surrar seus inimigos até cansar e de
trazer comida para casa. De fato, em um confronto com um inimigo, até mesmo
levantar a clava com um gesto ameaçador era visto como um sinal de poder. Como
as lanças e espadas substituíram a clava, uma teoria diz que ela deixou de ser
usada no dia-a-dia, mas continuou a existir em um tamanho reduzido e sob uma
forma simbólica. De um lado, ela se transformou no cetro, o emblema de poder dos
reis e imperadores. De outro, a clava tomou a forma do bastão dos arautos,
investindo o portador com os poderes do rei que ele representava. E nas mãos
dos mágicos a miniclava tomou a forma da varinha, simbolizando o controle
sobre os poderes da natureza e o sobrenatural. Apesar de a varinha não se
parecer mais com a clava que a originou, no mundo dos bruxos ela ainda é a arma
mais poderosa.
O cetro
do rei, a varinha do mágico
e a clava do homem das cavernas são
emblemas de poder.
O
CADUCEU
Uma das varinhas mais fascinantes é
o caduceu, coroado por duas asas e com duas serpentes enroscadas. Ele era carregado
por Hermes, mensageiro dos deuses gregos e mestre da magia e da trapaça. Dado a
ele por seu irmão, Apoio, em troca de uma flauta, o caduceu se tornou o emblema
de seu ofício.
A forma básica do caduceu — duas
serpentes enroscadas em uma haste - pode ser encontrada inicialmente na arte
mesopotâmica, em torno de 3500 a.C. Séculos mais tarde, os gregos
acrescentaram asas à haste para representar a velocidade de Hermes e colocaram
uma esfera ou globo na ponta. Segundo uma lenda da Roma antiga, o caduceu
ganhou sua forma quando Hermes (chamado de Mercúrio pelos romanos) se deparou
com um par de serpentes brigando. Ele colocou seu bastão entre as duas; depois
disso, as cobras ficaram amigas, se enrolaram na haste e continuaram juntas
para sempre. Nessa versão da história, o bastão representa a harmonia através
da comunicação. Durante a Idade Média, alquimistas como Nicholas Flamel acreditavam
que as cobras representavam a união de opostos.
O caduceu é, às vezes, usado como
símbolo da profissão médica, apesar do verdadeiro símbolo dos médicos ser o
cajado de Asclépio, deus grego da medicina: um bastão comprido com uma única
serpente enrolada. Dizem que a serpente desse cajado representa o
rejuvenescimento físico obtido através da medicina e da cura, já que as
serpentes mudam de pele todo ano.
Os médicos da Idade Média carregavam um
bastão, ou bengala, como símbolo de sua profissão, e muitos atribuíam poderes
mágicos de cura a essa vara. Devido a anos de confusão entre o caduceu e o
cajado de Asclépio, as duas varinhas são associadas à medicina, à cura e, hoje
em dia, a seguros de saúde.
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