Apesar de os alunos de Hogwarts comprarem compulsivamente talismãs
para se protegerem contra a misteriosa epidemia de Petrificação, esses
poderosos objetos são mais usados para realizar mágicas do que para proteção.
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Apesar de os alunos de Hogwarts comprarem
compulsivamente talismãs para se protegerem contra a misteriosa
epidemia de Petrificação, esses poderosos objetos são mais usados para
realizar mágicas do que para proteção. Ao contrário dos amuletos, que
são especificamente projetados para manter o dono longe dos perigos, os
talismãs são valiosos porque podem produzir transformações sobrenaturais —
fazem com que seus donos fiquem invisíveis, adquiram uma força sobre-humana,
sejam imunes a doenças ou possam lembrar cada palavra que um professor disse.
Um talismã pode ser qualquer tipo de objeto - uma escultura, um livro, um anel,
uma peça de roupa, uma tira de metal ou um pedaço de pergaminho. Até mesmo a
cauda de Salamandra podre comprada pelo apavorado Neville Longbottom pode ser
um talismã se tiver poderes mágicos. Alguns objetos, como as pedras preciosas,
são considerados mágicos por natureza. Mas, em toda a história, a maioria dos
talismãs tem sido propositadamente dotada de poderes por meio de rituais que
invocam as forças da natureza ou o poder dos deuses. Muitos tinham inscrições
mágicas, nomes ou imagens de divindades, ou então pequenos encantamentos.
Muitas pessoas usavam talismãs
no mundo antigo. Arqueólogos descobriram talismãs de papiro no Egito antigo,
assim como centenas de talismãs de pedra e de metal na região mediterrânea.
Conhecidos principalmente por curar doenças, eles também eram usados para
atrair a pessoa amada, melhorar a memória e garantir sucesso na política, nos
esportes ou em apostas.
No período medieval havia um talismã para
qualquer coisa que se possa imaginar. Amarrar um pé de coelho no braço esquerdo
permitia que a pessoa se aventurasse em território perigoso sem correr risco algum. Levar consigo visco evitava um
veredicto de culpado para as pessoas em julgamento. Possuir um ramo de heliotrópio
embrulhado em folhas de loureiro com um dente de lobo impedia que as pessoas
fizessem fofocas a seu respeito. A crença no poder dos talismãs era tão grande
na Inglaterra do século XIV que as regras para duelos passaram a
exigir que cada participante prometesse não levar pedras ou anéis mágicos, nem
qualquer outro talismã que lhes desse uma vantagem injusta.
Como se acreditava que os corpos celestes
tinham controle sobre a vida terrestre (ver astrologia), muitos talismãs
eram projetados para capturar a influência de determinado planeta. Se uma
pessoa quisesse ter sucesso em um combate, por exemplo, ela podia fazer um
talismã para invocar a influência do planeta Marte, que rege a força física. O
talismã teria que ser confeccionado em ferro (metal tradicionalmente associado
ao planeta) na época em que Marte irradiasse seus poderes com maior
intensidade. Também se podia gravar nele o número do astro, cinco, ou pintá-lo
com sua cor, vermelho.
Esses talismãs astrológicos eram
populares principalmente entre os alquimistas do Renascimento, que seguiam
rituais complexos para fazer objetos que poderiam ajudar a transformar metais
básicos em ouro. Quando o momento celestial apropriado chegava, eles recitavam
encantamentos para invocar espíritos ou demônios que dotariam seus talismãs
com o poder necessário. A Pedra Filosofal, que acreditavam dar vida
eterna e prosperidade sem fim, era o talismã mais desejado de todos.
Os talismãs continuaram populares
no século XIX, quando se acreditava que um único talismã
feito para todos os propósitos, gravado em prata durante a fase lunar correta,
era capaz de tornar seu dono saudável, rico, agradável, alegre, respeitado, e
permitia que ele fizesse todas as viagens em segurança. Apesar de as pessoas
hoje não gravarem palavras mágicas em metais, aquelas que levam consigo pés de
coelho ou insistem em usar uma “camisa da sorte” em jogos decisivos de futebol
mantêm viva a crença em talismãs.
Câmara
Secreta, 11
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