O Ministério da Magia pode ter
declarado que os tapetes voadores são ilegais, mas isso não foi o suficiente
para que essas maravilhosas peças de tapeçaria fossem abandonadas por alguns
magníficos magos e mágicos do Extremo Oriente.
PARA CONTINUAR LENDO
CLIQUE EM MAIS INFORMAÇÕES:
O Ministério da Magia pode ter
declarado que os tapetes voadores são ilegais, mas isso não foi o suficiente
para que essas maravilhosas peças de tapeçaria fossem abandonadas por alguns
magníficos magos e mágicos do Extremo Oriente.
As histórias mais antigas sobre tapetes mágicos
estão ligadas ao rei Salomão. Filho de Davi (o famoso Davi que lutou contra
Golias) e Bathsheba, Salomão é tradicionalmente considerado o maior soberano de
Israel na antigüidade. Segundo o Livro dos Reis no Velho Testamento, Salomão
era um político hábil e um guerreiro feroz. Com seus exércitos poderosos, criou
um império que se estendia desde o Egito até o rio Eufrates, no Iraque. Rei de
sabedoria e justiça incomuns, adorava a beleza, escrevia poemas refinados e
construiu templos e palácios espetaculares.
Os feitos de Salomão
eram tão impressionantes que, após sua morte, muitos antigos escritores judeus
e islâmicos chegaram a crer que ele tinha sido um mágico poderoso. O livro
sagrado muçulmano, o Corão, afirma que Salomão podia “falar a linguagem dos
pássaros”, comandar a ação de anjos e gênios (conhecidos como jinn) e “possuía
todas as boas qualidades”. Posteriormente, contadores de histórias de origem
árabe ampliaram essa tradição, dando ao rei israelita um anel mágico, um caldeirão,
o poder de controlar o vento e um magnífico tapete voador, que o transportava
para onde quisesse.
A descrição do tapete voador de
Salomão varia imensamente de um conto para outro, mas a maioria dos escritores
concorda em que era feito de uma excelente seda verde e era muito grande —
talvez chegasse a cem quilômetros de extensão. Segundo Richard Burton,
explorador e erudito do século XIX, “seu comprimento e sua largura eram tais
que todo o exército
de Salomão poderia se manter de pé sobre ele, os homens à esquerda e os jinns
à direita do trono”. Depois que o exército estivesse confortavelmente
acomodado no tapete, “o vento, atendendo a uma ordem real, o levantava e o
fazia flutuar para onde o profeta [Salomão] desejasse, enquanto um exército de
pássaros voava acima, formando uma cobertura que protegia o exército da luz do
sol”.
O milagroso tapete de Salomão
obviamente serviu de inspiração para os tapetes voadores mais modestos que
vieram depois e que encontramos em muitos contos folclóricos árabes, como “A
História do Príncipe Ahmed e da Fada Paribanu”. Nessa fábula popular persa, que
faz parte das Mil e Uma Noites, um jovem príncipe chamado Hussein
encontra por acaso uma admirável “peça de tapeçaria” que pode transportar seu
dono para qualquer lugar do mundo. Com esse tapete, Hussein consegue salvar a
vida de sua amada princesa, levando, num piscar de olhos, uma maçã mágica para
a cabeceira da cama onde ela se encontra, quando descobre que a jovem está
morrendo, a centenas de quilômetros de distância.
Talvez porque os tapetes não
fossem muito usados na Europa e na América do Norte antes do fim do século XIX, os
modelos “voadores” nunca desempenharam um papel de destaque na mitologia e no
folclore ocidental. (Na verdade, por engano, a maioria dos ocidentais associa
imediatamente os tapetes voadores à história de Aladim, um conto em que eles
nem sequer aparecem.) Em vez de tapetes voadores, os mágicos e heróis
ocidentais confiaram em diversos outros objetos que levitavam, desde sandálias
providas de asas até malas flutuantes e grandes elevadores de vidro. Um conto
infantil popular americano chega a dar destaque a um sofá voador. E, é claro,
existem as vassouras voadoras, como a Firebolt tão adorada por Harry, que
provavelmente poderia dar voltas ao redor de qualquer tapete tolo o bastante
para vir flutuar acima de um campo de quadribol. E uma pena que a maioria das
vassouras voadoras sejam veículos para um único passageiro. Se Harry, algum
dia, arregimentar um exército como o do rei Salomão (ou combinar de sair com
Cho Chang), vai ter de pedir emprestada a chave do carro voador do Sr. Weasley.
Cálice
de Fogo, 7
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Por favor, lembre-se, NÃO DEIXE SPOILERS nos comentários. Ajude a manter o suspense daqueles que ainda não leram os livros ou viram os filmes. Os comentários com Spoilers estarão sujeito à exclusão.