quinta-feira, 20 de setembro de 2012

O MANUAL DO BRUXO - ALLAN ZOLA KRONZEK - 3







PARTE 1


Desde adolescentes apaixonados até líderes mundiais, todos querem saber o que está para vir. Por isso a adivinhação — arte de prever o futuro — existiu, de uma forma ou de outra, em todas as culturas que a história registra.



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Desde adolescentes apaixonados até líderes mundiais, todos querem saber o que está para vir. Por isso a adivinhação — arte de prever o futuro — existiu, de uma forma ou de outra, em todas as culturas que a história registra. Hoje, em qualquer cidade, podemos encontrar prati­cantes das formas mais populares de adivinhação — astrologia, tarô, bola de cristal, leitura das mãos, numerologia e leitura da sorte nas folhas de chá. E esses exemplos são apenas uma pequena amostra de centenas de sistemas divinatórios desenvolvidos ao longo dos séculos.
Muitos métodos de adivinhação tiveram início na antiga Meso­potâmia, há mais de 4.000 anos. Lá, as artes divinatórias eram praticadas pelos sacerdotes, que pesquisavam os movimentos das estrelas e dos planetas e examinavam as entranhas de animais sacrificados em busca de indicações sobre o bem-estar do rei e da comunidade. Alguns adivinhos buscavam indicações de fatos futuros entrando num transe e procurando orientação no mundo dos espíritos. Outros buscavam presságios na natureza. Um eclipse, uma tempestade de granizo, o nascimento de gêmeos ou a maneira como a fumaça subia no ar — quase qualquer coisa podia ser interpretada como um sinal de acontecimentos futuros.
Na Grécia e Roma antigas, existiam dois níveis de adivinhação: adivi­nhos profissionais, altamente treinados, trabalhavam para o governo, enquanto videntes comuns prestavam serviço a qualquer pessoa que pudesse pagar seus honorários. Entre os adivinhos oficiais, o mais reve­renciado, na Grécia, era o Oráculo de Delfos, a quem as pessoas formu­lavam suas perguntas (muitas vezes em forma de múltipla escolha). A resposta vinha diretamente do deus Apoio, transmitida por uma sacer­dotisa. Emissários de reis de países vizinhos consultavam o Oráculo a respeito de assuntos importantes, como onde construir um templo novo ou quando dar início a uma guerra. Em Roma, os adivinhos indicados pelo Estado eram conhecidos como "augures", do latim avis, que significa "ave", e garrire, que significa "conversar". De fato, eles se inspiravam na observação dos pássaros para dar ao Estado seus respeitados conselhos. Entre todas as criaturas da terra, as aves eram as mais próximas do céu, portanto é compreensível que fossem vistas como boas indicações do que podia ou não agradar aos deuses. Eles baseavam as interpretações em muitos tipos de observação, inclusive o número e a espécie das aves e sua forma de voar, piar e cantar, sua direção e sua velocidade. Júlio César, Cícero, Marco Antônio e outros romanos eminentes serviram-se de augures.
Adivinhos menos ilustres punham-se à disposição de todos (até escravos algumas vezes tinham permissão para fazer uma consulta) e ler a sorte foi um grande negócio durante toda a antigüidade. A interpretação dos sonhos e a astrologia eram os sistemas mais respeitados, porém havia outros sistemas bastante populares, tais como a aritmancia, a consulta ao cristal (parente da vidência através da bola de cristal) e a quiromancia, bem como sistemas ligados a aves, dados, livros, flechas, machados e outros objetos bem surpreendentes. Os adivinhos populares, muitos dos quais também vendiam talismãs e amuletos, não tinham o mesmo respeito que os adi­vinhos oficiais. O mais provável é que fossem impostores e os comedian­tes adoravam satirizar as pessoas que se amontoavam em torno deles, atrás de conselhos para os assuntos mais triviais.
Muitos sistemas divinatórios antigos sobreviveram ao longo da Idade Média, apesar da oposição da Igreja, na Europa. Videntes profissionais continuaram a trabalhar nas cidades mais importantes, adivinhos itinerantes se deslocavam de uma cidade para outra e magos e benzedeiras de aldeia prestavam serviços de adivinhação para suas comunidades. Deve-se notar que os magos de aldeia deviam ser capazes de conhecer tanto o futuro como o passado. Muitas vezes lhes pediam que localizassem obje­tos perdidos, identificassem ladrões, descobrissem o paradeiro de pes­soas desaparecidas e encontrassem tesouros enterrados.


O chapéu, o manto, o cetro e os livros do adivinho jazem com que ele seja facilmente reconhecível. Este adivinho do século XVII segura um astrolábio para simbolizar seu conhecimento de astrologia.



Pessoas de todas as camadas sociais consultavam adivinhos profissionais.
Aqui, um jovem fidalgo ouve o que as cartas revelam sobre o seu futuro.

Sobre esses tesouros, é bom lembrar que, séculos atrás, os bancos eram raros e muito distantes um do outro, então muita gente enterrava seus bens preciosos num buraco escavado no solo, costume que levava outras pessoas a ten­tar localizá-los e retirá-los da terra, obviamente sem avisar os donos. Pessoas comuns também podiam praticar, por conta própria, algum tipo de adivinhação, aprendida em livretos ilustrados ordinários que tratavam de quiromancia, astrologia e outros assuntos, à venda desde o século XVI. No geral, porém, a adivinhação continuou nas mãos de profissio­nais que afirmavam possuir informações, treinamento e um "dom" ao qual os outros não tinham acesso.
Nos últimos séculos acrescentaram-se dois sistemas de adivinhação ao arsenal dos adivinhos. A cartomancia — adivinhação por meio de car­tas de baralho — se desenvolveu em meados do século XVII, cerca de 150 anos após o surgimento das cartas de baralho na Europa, e logo se tor­nou a marca registrada dos adivinhos ciganos itinerantes. A adivinhação pelas folhas de chá, embora praticada na China desde o século VI, só apareceu na Europa em meados do século XVIII. Esses dois novos sis­temas tornaram-se populares rapidamente, talvez porque o baralho e o chá já fossem parte da vida cotidiana das pessoas. Embora muitos sis­temas de adivinhação tenham sido abandonados, todos os sistemas ensi­nados em Hogwarts permanecem em uso até hoje.





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