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terça-feira, 25 de setembro de 2012
sexta-feira, 21 de setembro de 2012
quinta-feira, 20 de setembro de 2012
quarta-feira, 19 de setembro de 2012
O MANUAL DO BRUXO - ALLAN ZOLA KRONZEK - 2
No mundo da bruxaria, a magia é um modo de realizar coisas impossíveis pelas leis naturais, que limitam o resto das pessoas. Os bruxos podem usar o Pó de Flu para ir de um lugar para o outro, ao passo que os não-magos são obrigados a ir a pé ou pegar um ônibus.
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terça-feira, 18 de setembro de 2012
O MANUAL DO BRUXO - ALLAN ZOLA KRONZEK - 1
¯ INTRODUÇÃO ¯
Se você é como a maioria dos fãs de Harry
Potter, na certa sabe que o objeto de estimação de Harry é a sua vassoura
voadora, que o assunto favorito de Hermione é a aritmancia e que uma criatura
fantástica chamada hipogrifo ajudou Sirius Black em sua fuga. Mas por acaso
você sabia que, no passado, as pessoas acreditavam que os magos voavam sobre
forcados, que a aritmancia é uma antiga forma de adivinhar o futuro e que quem
montou no hipogrifo pela primeira vez foram os lendários cavaleiros de Carlos
Magno? Ou que Nicholas Flamel, criador da Pedra Filosofal e amigo do professor
Dumbledore, existiu de fato?
As aventuras espantosas de Harry e seus
amigos passam tão depressa que poucas vezes temos chance
de refletir sobre a riqueza da mitologia, do folclore e das histórias reais que
estão brilhando abaixo da superfície. Um dos maiores prazeres de ler os livros
de Harry Potter vem, justamente, dessa riqueza extraordinária do universo
mágico que eles contêm — universo criado, em parte, pela imaginação
aparentemente ilimitada de J. K. Rowling e, em parte, pela vasta tradição
popular de magia, espalhada pelo mundo todo. Poções e encantos, gigantes e
dragões, caldeirões e bolas de cristal — todos têm histórias fascinantes e
muitas vezes surpreendentes que remontam a
centenas e, às vezes, a milhares de anos. Varinhas mágicas como
aquelas vendidas no Beco Diagonal foram, no passado, feitas por feiticeiros
druidas com galhos do teixo sagrado. Poções de amor são muito antigas e já
podiam ser encontradas na Grécia e Roma antigas. Livros de feitiços e de
maldições — de leitura obrigatória na Escola de Bruxaria e Magia de Hogwarts —
eram muito populares (mas também muito malvistos) na Idade Média.
O Manual do Bruxo dá, ao leitor curioso, a chance de pesquisar qualquer coisa “mágica” que
apareça nos primeiros quatro livros de Harry Potter e descobrir uma fascinante
e inesperada riqueza de informações. De onde vem o poder da Pedra Filosofal?
Quais foram as primeiras palavras mágicas? Será que J. K. Rowling sonhou com o
aterrador basilisco, com as sedutoras veelas, ou com o terrível grindylow? E,
se essas e outras criaturas fantásticas não foram inventadas por ela, quem as
criou? O Manual do Bruxo traz as respostas.
A história de todas as crenças mágicas é muito
ampla. Ao escrever este livro, tivemos de deixar de fora mais coisas do que
fomos capazes de incluir nele. As ricas tradições da magia e da mitologia da
China, da África, da Índia, do Japão, da Austrália e da América do Sul quase
não são mencionadas. Em vez disso, nos restringimos às lendas e mitos
diretamente ligados ao mundo de Harry. Quase todas as práticas de magia
ensinadas na Escola de Hogwarts têm raízes na tradição da magia ocidental,
surgida nos antigos impérios do Oriente Médio, da Grécia e de Roma. Criaturas
imaginárias como o centauro, a manticora e o unicórnio provêm dessa mesma
tradição. Muitos dos outros seres mágicos, como os elfos, os gnomos, os
duendes, os hinkypunks e os trasgos, têm raízes no folclore do norte da Europa
e das ilhas britânicas.
Quando começamos a escrever O Manual do Bruxo, perguntamos a fãs de Harry Potter quais
eram os assuntos mais interessantes para eles. Alguns queriam conhecer mais a
respeito de feitiços, encantamentos e maldições. Outros estavam ansiosos para
conhecer melhor os bichos-papões, os barretes vermelhos e outras criaturas
mágicas. Claro que você terá seus próprios interesses em particular: fique à
vontade para explorar e consultar este livro da forma que preferir. Este livro
também é mágico e pode ser
lido como você preferir. Se quiser, leia tudo, de uma ponta à
outra. Ou então vá pulando entre os verbetes, que colocamos em ordem alfabética
para facilitar a consulta. Talvez você prefira começar pelo verbete Magia, que
é uma boa introdução sobre esse assunto fascinante. Mas pode começar por onde
bem entender — e na certa vai acabar passando por todas as páginas. O
importante é que você se divirta e aprenda coisas interessantes em sua leitura.
Em cada verbete, tentamos dar uma visão geral do assunto e mostrar suas raízes na mitologia, no folclore e na
história. Quando uma palavra estiver em negrito, significa que há um verbete
específico para ela. No final da
maioria dos verbetes, você encontrará este símbolo e uma abreviatura que
indica o ponto em que o assunto aparece nos livros de Harry Potter. “Pedra
Filosofal, 5”, por exemplo, remete a Harry
Potter e a Pedra Filosofal, capítulo 5. “Câmara Secreta” remete a Harry Potter e a Câmara Secreta, “Prisioneiro de Azkaban” remete a Harry Potter e o Prisioneiro de
Azkaban e “Cálice de Fogo” remete a Harry Potter e o Cálice de Fogo. Todas as referências correspondem às
edições brasileiras.
Fazendo nossas pesquisas para O Manual do Bruxo, aprendemos muitas coisas curiosas que
nunca havíamos imaginado. Por exemplo: como ler a sorte nas
folhas de chá, como livrar-se de duendes, como colher raízes de mandrágora sem
correr nenhum risco e como usar a aritmancia para escolher o que você vai comer
no almoço. Sentimo-nos mais seguros agora que sabemos como identificar um
demônio e o que fazer quando formos atacados por um ghoul (nunca, jamais, bata
nele duas vezes!).
É bom ter essas informações por perto: nunca se sabe quando poderemos
precisar delas!
segunda-feira, 17 de setembro de 2012
O MANUAL DO BRUXO - Sumário
Quem foi o verdadeiro Nicholas Flamel? De onde vem o poder da Pedra
Filosofal? Quais foram as primeiras palavras mágicas? Será que J.K.
Rowling sonhou com o aterrador basilisco ou com as sedutoras Veelas? Se essas e
outras criaturas fantásticas não foram
inventadas por ela, quem as criou?
Recheadas de feitiços, maldições e criaturas imaginárias, as
aventuras de Harry Potter e seus amigos têm fascinado milhões de leitores ao
redor do mundo. Mas o que muitos fãs do feiticeiro não sabem é que existem séculos
de histórias reais, folclore e mitologia por trás do seu universo mágico.
O MANUAL DO BRUXO dá ao leitor curioso a chance de pesquisar
qualquer coisa “mágica” que apareça nos primeiros quatro livros de Harry
Potter. Poções e encantos, gigantes e dragões, caldeirões e bolas de cristal —
todos têm histórias fascinantes com raízes em lendas, na literatura ou em fatos
reais.
Este livro é mágico. Com verbetes organizados em
ordem alfabética e belas ilustrações, ele pode ser lido de ponta a ponta ou
consultado de acordo com o seu interesse. De adivinhação e amuletos até zumbis,
você vai aprender aqui:
• quem usou o primeiro manto da
invisibilidade
• dicas de herbologia
• como ler a sorte nas folhas de chá
• como identificar um demônio.
O MANUAL DO BRUXO é um livro indispensável na estante de todo fã de Harry Potter.
Título da edição original em inglês: The Sorcerer's Companion
2001 por Allan Zola Kronzek e Elizabeth Kronzek
tradução
Rubens Figueiredo Sabrina Ricci Netto
preparo de originais
Carlos Irineu da Costa
revisão técnica
Carlos Irineu da Costa
Raquel Lins
revisão
Antônio dos Prazeres Sérgio Bellinello Soares
ilustração de capa
Cliff Nielsen
capa
Porto Martinez
projeto gráfico e diagramação
Valéria Teixeira
fotolitos
R. R. Donnelley América Latina
.bmp)
— Sumário —
Magia
Adivinhação - Parte 1
Adivinhação - Parte 2
Amuleto
Anão
Aritmancia
Artes das Trevas
Astrologia
Barrete Vermelho
Basilisco
Bicho-papão
Bola de cristal
Bruxas
Bruxedo
Bruxo
Caça às Bruxas
Caldeirão
Cão de Três Cabeças
Centauro
Circe
Cobra
Coruja
Demônio
Diabrete
Dragões
Duende
Elfo
Encantamento
Esfinge
Espelho Mágico
Espírito Agourento
Fada
Fantasma
Feitiço
Fênix
Floresta Proibida
Gato
Ghoul
Gigante
Gnomo
Grindylow
Hag
Herbologia
Hinkypunk
Hipogrifo
Horóscopo
Iéti
Kappa
Leprechaun
Ler a sorte nas folhas do chá
Lobisomem
Mágico - Parte 1
Mágico - Parte 2
Mágico - Parte 3
Mágico - Parte 4
Mágico - Parte 5
Mago
Maldição
Mandrágora
Manticore
Manto da invisibilidade
Merlim
Morgana
Múmia
Nicholas Flamel
Palavras mágicas
Pedra Filosofal
Petrificação
Poções
Poltergeist
Quiromancia
Runas
Salamandra
Sapo
Sereianos e sereias
Sibila
Sinistro
Sonhos
Talismã
Tapetes voadores
Transfiguração
Trasgo
Unicórnio
Vampiro
Varinha mágica
Vassoura voadora
Veela
Zumbi
sexta-feira, 14 de setembro de 2012
quarta-feira, 12 de setembro de 2012
OS CONTOS DE BEEDLE, O BARDO
COMENTÁRIOS DE ALVO DUMBLEDORE SOBRE
“O Conto dos Três Irmãos”
QUANDO EU ERA CRIANÇA essa história me causou uma
profunda impressão. Ouvi-a primeiramente contada por minha mãe, e logo
tornou-se o conto que eu pedia com mais frequência na hora de dormir. Isto
sempre provocava discussões com o meu irmão mais novo, Aberforth, cuja história
favorita era “Bodalhão, o Bode Resmungão”.
A moral de “O Conto dos Três Irmãos” não poderia ser mais clara: os esforços
humanos para evadir ou superar a morte estão sempre fadados ao desapontamento.
O terceiro irmão da história (“o mais
humilde e também o mais sábio”) é o único que compreende isso, pois, tendo
escapado uma vez da morte, por um triz, o melhor que poderia esperar era adiar
o próximo encontro o máximo possível. O mais moço sabe que
zombar da Morte — envolver-se em violência, como o primeiro irmão, ou ocupar-se
da sombria arte da necromancia[1],
como o segundo irmão — significa medir forças com um inimigo ardiloso que não
pode perder.
[1] [Necromancia é a magia negra que ressuscita os mortos. É um ramo da magia que nunca teve sucesso, como a nossa história deixa bem claro. JKR]
A ironia é que se formou uma curiosa lenda em torno
dessa história, que contradiz exatamente a mensagem original. A lenda argumenta
que os prêmios que a Morte dá aos irmãos — uma varinha imbatível, uma pedra
capaz de ressuscitar os
mortos e uma capa da Invisibilidade
imperecível — são objetos verdadeiros que existem no mundo real. E vai além: se
alguém vem a se tornar o legítimo possuidor dos três, torna-se então “Senhor da Morte”, o que tem sido
comumente entendido que será invulnerável, e mesmo imortal.
Podemos rir com uma certa tristeza do que isto nos
diz da natureza humana. A interpretação mais caridosa seria: “A esperança brota eternamente”[2]. Ainda que, segundo
Beedle, dois desses três objetos sejam extremamente perigosos, e sua clara
mensagem é que, no fim, a Morte
virá nos buscar, uma minoria na comunidade bruxa insiste em acreditar que
Beedle estava lhes enviando uma mensagem cifrada, dizendo exatamente o inverso
do que escreveu à tinta, mensagem esta que somente eles são suficientemente
inteligentes para entender.
[2] [A citação demonstra que Alvo Dumbledote era não só excepcionalmente instruído em termos de bruxaria, como também familiarizado com os escritos do poeta trouxa Alexander Pope. JKR]
Tal teoria (ou talvez “desesperada esperança” seja o termo mais preciso) é respaldada por
pouquíssimas provas reais. É verdade que a Capa da Invisibilidade, embora rara,
existe em nosso mundo, contudo, a história deixa claro que a Capa da Morte é de
uma durabilidade ímpar[3]. Durante os muitos
séculos que medeiam a época de Beedle e a nossa, ninguém jamais afirmou ter
encontrado a Capa da Morte. A explicação dos verdadeiros crentes é a seguinte:
ou os descendentes do terceiro irmão desconhecem a origem da capa, ou a
conhecem e estão resolvidos a comprovar a sabedoria do seu antepassado, não
alardeando esse fato.
[3] [As Capas da Invisibilidade não são, em geral, infalíveis. Podem rasgar ou se tornar opacas com a idade, ou os feitiços nela lançados podem enfraquecer, ou ser anulados por Feitiços de Revelação. É por isso que os bruxos habitualmente recorrem, no primeiro caso, aos Feitiços da Desilusão para se camuflarem ou se ocultarem. Alvo Dumbledore era conhecido por sua capacidade de executar um Feitiço da Desilusão tão poderoso que se tornava invisível sem recorrer à capa. JKR]
Muito naturalmente, a pedra tampouco foi
encontrada. Observei anteriormente, ao comentar “Babbitty, a Coelha, e seu Toco Gargalhante”, que continuamos
incapazes de ressuscitar os mortos, e temos todas as razões para supor que isto
jamais acontecerá. Vis substituições foram naturalmente ensaiadas pelos bruxos
das trevas criadores dos Inferi[4], que são apenas fantoches, e não seres
humanos de fato ressuscitados. Acresce que a história de Beedle é muito
explícita quanto ao fato de que o amor perdido do segundo irmão nunca ressurgiu
realmente dos mortos. Foi enviado pela Morte para atrair o segundo irmão às
suas garras e, portanto, manteve-se fria, distante, tantalizantemente presente
e ausente[5].
[4] [Inferi são cadáveres reanimados por magia negra. JKR]
Resta-nos, então, a varinha, e aqui os que se
obstinam em acreditar na mensagem secreta de Beedle têm pelo menos indícios
históricos para fundamentar suas delirantes suposições. Seja porque gostem de
se vangloriar ou intimidar seus possíveis adversários, seja porque realmente
acreditam no que dizem — o fato é que os bruxos há séculos afirmam possuir uma
varinha mais poderosa do que qualquer outra, até mesmo uma varinha “invencível”, a Varinha das Varinhas.
Alguns chegaram ao exagero de alegar que sua
varinha é feita de sabugueiro, como a que a Morte supostamente fabricou. Tais
objetos receberam nomes, entre os quais “a
Varinha do Destino” e “a Varinha da
Morte”.
Não admira que velhas superstições tenham se
desenvolvido em torno de nossas varinhas, que são, afinal, nossas ferramentas e
armas mágicas mais importantes.
Algumas
(e, portanto, seus donos) são supostamente incompatíveis:
Se a varinha dele é carvalho, e a dela, azevinho
Casarem-se os dois será um descaminho
Ou indicam falhas no caráter:
Castanheiro preguiçoso, sorveira falastrona
freixo queixo-duro, aveleira resmungona.
E, com efeito, nessa categoria de máximas sem
comprovação encontramos:
Varinha de sabugueiro, azar o ano inteiro.
Seja porque a Morte fabrica a varinha ficcional com
sabugueiro na história de Beedle, seja porque os bruxos sedentos de poder ou violentos
têm persistentemente afirmado que suas varinhas são feitas de sabugueiro, esta
madeira não goza da preferência dos fabricantes de varinhas.
A primeira alusão bem documentada a uma varinha de
sabugueiro dotada de poderes particularmente fortes e perigosos foi àquela que
pertenceu a Emerico, cognominado “o Mal”,
um bruxo de vida curta, mas excepcionalmente agressivo, que aterrorizou o sul
da Inglaterra no início da Idade Média. Morreu como tinha vivido, em um
encarniçado duelo com outro bruxo conhecido por Egberto. Ignora-se que fim
levou Egberto, embora a expectativa de vida
dos duelistas medievais fosse geralmente baixa. Nos tempos anteriores à criação
de um Ministério da Magia para regular o uso da magia negra, os duelos eram
geralmente fatais.
Um século depois, outro personagem desagradável, de
nome Godelot, expandiu o estudo da magia negra registrando uma coleção de
feitiços perigosos, com o auxílio de uma varinha descrita como “mia amijga mas maluada e sottill, cum
coorpo de sabugueiro, que conhece camijnhos de magia mui maligna” (Magia mui maligna se tornou o
título da obra-prima de Godelot).
Como podemos observar, Godelot considera sua
varinha uma colaboradora, quase uma instrutora. Aqueles que estão
familiarizados com as tradições das varinhas[6],concordarão que elas realmente absorvem o conhecimento de
quem as usa, embora tal processo seja imprevisível e imperfeito. É preciso
levar em consideração todo tipo de fatores adicionais, tais como as relações
entre a varinha e seu usuário, para compreender a eficiência do seu desempenho
com determinado indivíduo.
[6] Como eu.
Ainda assim, é provável que uma varinha hipotética
que tenha passado pelas mãos de muitos bruxos das trevas teria, no mínimo, uma
marcada afinidade pelos tipos de magia mais perigosos que há.
A maioria dos bruxos prefere uma varinha que os
tenha “escolhido” a qualquer outra de segunda mão, precisamente porque esta
última terá adquirido hábitos do seu dono anterior que podem não ser
compatíveis com o estilo de magia do novo dono. A prática comum de enterrar (ou
queimar) a varinha com o seu dono, quando ele morre, também contribui para
impedir que uma varinha aprenda com numerosos mestres. Os que acreditam na
varinha de sabugueiro, no entanto, sustentam que, dada a maneira com que ela
sempre transferiu sua lealdade entre donos — o próximo superando o anterior, em
geral matando-o — a varinha de sabugueiro nunca foi destruída nem enterrada,
antes sobreviveu para acumular sabedoria, força e poder muito além do normal.
Sabe-se que Godelot pereceu em seu próprio porão,
onde foi trancafiado pelo filho demente, Hereward. É de se supor que o filho
tenha se apossado da varinha do pai, ou este último teria conseguido fugir, mas
que destino Hereward terá dado à varinha não sabemos ao certo. Sabemos, sim,
que uma varinha chamada “Varinha de
Eldrun” por seu dono, Barnabás Deverill, surgiu no início do século XVIII,
e que este bruxo a usou para talhar sua reputação de guerreiro temível, até seu
reino de terror ser encerrado pelo igualmente notório Loxias, que lhe tomou a
varinha e a rebatizou de “a Varinha da
Morte”, usando-a para destruir qualquer um que o desagradasse. É difícil
acompanhar a trajetória subsequente da varinha de Loxias, pois muitos alegam
tê-lo matado, inclusive a própria mãe.
O que deve ocorrer a qualquer bruxo inteligente que
estude a pretensa história da Varinha das Varinhas é que todo homem que afirme
ter sido seu dono[7] insistiu
em sua “invencibilidade”, quando os
fatos que se conhecem sobre sua passagem pelas mãos de muitos donos demonstram
não só que ela foi vencida centenas de vezes, como atraiu tanta confusão quanto
Bodalhão, o Bode Resmungão, atraía moscas.
[7] Nenhuma bruxa jamais afirmou ter sido dona da Varinha das Varinhas. Extraiam disso a conclusão que quiserem
Em última análise, a busca pela Varinha das
Varinhas corrobora uma observação que tive oportunidade de fazer muitas vezes
no curso de minha longa vida: que os humanos têm um pendor para escolher
precisamente as coisas que lhes fazem mal.
Qual de nós, porém, teria revelado a sabedoria do
terceiro irmão, se lhe fosse oferecido escolher o melhor presente da Morte?
Bruxos e trouxas são igualmente imbuídos de sede de poder. Quantos teriam
resistido à “Varinha do Destino”? Que
ser humano, tendo perdido um ente amado, poderia resistir à tentação da Pedra
da Ressurreição?
Mesmo eu, Alvo Dumbledore, acharia mais fácil
recusar a Capa da Invisibilidade, o que prova apenas que, esperto como sou,
continuo sendo um bobalhão tão grande quanto os demais.
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