segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Comentário e Crítica Potter Express


O Quinto Volume é de longe o mais controverso dos fãs. Muitos o odeiam, acham longo e enfadonho (e de fato, é o maior livro da série), outros o amam e acham perfeito. A verdade é que a adolescência não é um período fácil e o início dela é costumeiramente chamada de "aborrecência", em vista da alta irritabilidade e rebeldia. Harry passa justamente por esta fase, e em vez da vida ser mais calma para explosões de humor, o universo pareceu conspirar contra, trazendo ainda mais dores de cabeça e problemas, tornando Harry quase insuportável de aturar em muitas ocasiões.


Taxado de mentiroso publicamente, tido como louco e pirado, Harry chega a Hogwarts sob uma pressão enorme. Além de ter sido atacado por dementadores em seu próprio bairro, levado a julgamento pelo Ministério, Harry passa a ser discriminado pelo jornal Profeta Diário, e perseguido pela nova professora, Dolores Umbridge, espiã do Ministro da Magia.

Harry literalmente poderia explodir. E de fato, ele explodiu.

Mas tratarei desses assuntos, um de cada vez.

*   *   *
*   *   *          *   *   *                        *   *   *          *   *   *
*   *   *

— 1° PARTE: "aborrecência"


Período problemático sério em que os jovens tem os hormônios à flor da pele, e dependendo da personalidade, pode tornar o adolescente um tonel de nitroglicerina pronta a explodir ao menor toque. Harry sendo um bruxo poderoso, e naturalmente esquentado e inconsequente, a todo momento tinha que se controlar para evitar atacar os colegas e até os amigos com feitiços ou objetos à mão.

Perseguido pela grande imprensa do Mundo Bruxo, pelo Ministro da Magia em pessoa, e também pela nova professora de Defesa Contra as Artes das Trevas, Harry explode várias vezes tanto com colegas quanto com Dolores. Pensativo, irritadiço e fechado em si mesmo, Harry é o típico adolescente só que com problemas nada típicos.

A única parte "normal" nos problemas do Harry neste quinto volume é Cho Chang. Começou como flerte a distância, mas dia-a-dia os dois ficavam mais e mais emocionalmente envolvidos, até finalmente o esperado beijo debaixo do visgo, antes de Natal.

Infelizmente esse namoro não durou muito tempo, por vários motivos. Incrivelmente, um dos motivos era a amizade do Harry e a Hermione. A Cho acreditava, talvez por causa dos boatos inventados por Rita  Skeeter do volume anterior, que Harry e Hermione tinham algo além da aparente amizade. Todas as vezes que ela passava, Harry a citava, ou se fizesse qualquer menção a ela, Cho ficava abruptamente fria. Claro, a culpa não é inteiramente desse ciúme. É a primeira namorada e Harry é completamente inexperiente na matéria. Ele não consegue lidar com as sutilezas do pensamento feminino. Apesar do primeiro romance ser muito bonito, também é o mais fácil de desandar.


— 2° PARTE: Ditadura: Medo e Desconfiança  —

Há duas maneiras de surgir uma ditadura: por um medo coletivo ou por ambição de poder. Fudge passou por um pouco dos dois. Ele teve medo de que seu "mundo perfeito" pudesse ser destruído e medo de perder seu precioso posto de Ministro. Pelo poder, e principalmente pela desconfiança, Cornélio Fudge começou a criar leis que lhe davam controle da maior parte dos aspectos do mundo bruxo, incluindo a Escola de Hogwarts.

No processo, muitas pessoas se beneficiaram: entre elas, Voldemort. Uma vez que o Ministro se recusava a crer que ele voltara, Voldemort ficou livre para agir sem que fosse considerado culpado disso.


— 3° PARTE: A Profecia Perdida  —

Talvez o momento mais chocante de todo livro, com a exceção da morte de Sirius, foi a descoberta dessa Profecia, que tornava tudo pior. Quer dizer, além de toda confusão por causa de sua existência, ainda havia o próprio conteúdo. Explicações meticulosas sobre esta profecia já foram feitas antes no artigo Projeto Pré-15 - A Profecia Perdida: a relação entre Harry e Voldemort.

No entanto, como há spoilers para quem não leu o sexto volume, farei um resumo dos principais  pontos:

1. No ano de 1980, uma jovem e ingênua moça, descendente de uma vidente famosa, decide pedir emprego como Professora de Adivinhação em Hogwarts. Ela não sabia, e provavelmente nunca soube, que seus poderes divinatórios eram reais, e durante a entrevista com o diretor da escola, Dumbledore (meio reticente no encontro uma vez que não julgava essa uma matéria realmente necessária), ela faz uma profecia. Assim que Dumbledore ouviu toda a profecia e a esperança que ela trazia (que alguém de fato derrotaria Voldemort), ele decidiu proteger Trelawney de um perigo que ela desconhecia (pois não se lembrou de ter feito aquela profecia). Ela se tornou professora em Hogwarts, e então protegida por toda segurança do castelo. Enquanto isso, no Departamento de Mistérios, sabendo por seus próprios meios, a profecia foi registrada lá, e surgiu uma esfera de vidro para abrigá-la, e eles a armazenaram.

2. Desde que retornou, em fins de Junho de 1995, e ainda mais depois de seu duelo no cemitério, Voldemort desejou saber o restante da Profecia, da qual só conhecia uma parte. E tentou isso de várias maneiras:
  • Lúcio Malfoy enfeitiçou Estúrgio Podmore (membro da Ordem) para roubar a Profecia: Podmore foi preso ao tentar arrombar a porta do Departamento de Mistérios.
  • Broderico Bode: Inominável (funcionário do Departamento de Mistérios) que é enfeitiçado para roubar a profecia, e apesar de ter podido se aproximar facilmente, levou um choque de contra-feitiços ao tocar na esfera de vidro, uma vez que apenas os quais de quem fala podem retirá-la de Departamento.
Mas Voldemort chegou muito perto quando descobriu a ligação entre a sua mente e a de Potter, facilitando introduzir mensagens falsas em seus sonhos. Harry então foi até o Ministério e retirou a esfera da prateleira, e só então seu plano apresentou uma séria falha: ele achou que meia dúzia de adolescentes se curvariam aos seus Comensais. Voldemort nunca julgou que Harry e seus amigos fossem lutar e conseguir fugir, ou que a Ordem fosse avisada e que Dumbledore aparecesse.


— CONCLUSÃO —

Este não é considerado um livro alegre, e ele realmente não é alegre. Harry está numa fase transitória, entre a sobriedade da maturidade e a inconsequência da juventude. E Harry conseguiu sobreviver a esta nova etapa de sua vida com muito custo e determinação. Todas as questões abordadas no livro são as novas pontas soltas, as perguntas que serão então respondidas até o final do sétimo livro.





Nenhum comentário:

Postar um comentário

Por favor, lembre-se, NÃO DEIXE SPOILERS nos comentários. Ajude a manter o suspense daqueles que ainda não leram os livros ou viram os filmes. Os comentários com Spoilers estarão sujeito à exclusão.