quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

QUADRIBOL ATRAVÉS DOS SÉCULOS - Capítulo 6 (parte 1)





CAPÍTULO SEIS
Parte 1
Mudanças no Quadribol a partir do Século XIV



CAMPO

Zacarias Mumps conta que o campo do século XIV era um ovóide, de cento e cinquenta e dois metros de comprimento por cinquenta e cinco de largura, com uma pequena área circular de aproximadamente sessenta centímetros de diâmetro ao centro. Ele conta, ainda, que o juiz (ou quijuiz, como era conhecido então, fosse homem ou mulher) levava as quatro bolas até o círculo central rodeado pelos catorze jogadores. No instante em que as bolas eram liberadas (a goles era atirada pelo juiz — veja “Goles” mais adiante), os jogadores levantavam vôo a toda velocidade. No tempo de Mumps, os gols ainda eram marcados em enormes cestas presas no alto de postes, conforme vemos na Fig. C.
Em 1620, Quíntio Umfraville escreveu um livro intitulado O Nobre Esporte dos Bruxos, no qual havia um diagrama do campo do século XVII (veja Fig. D). Nele vemos o acréscimo do que hoje conhecemos como “pequena área” em cada extremidade do campo (veja “Regras” adiante). As cestas no alto dos postes eram muito menores e mais altas do que no tempo de Mumps.
Por volta de 1883 as cestas deixaram de ser usadas para a marcação de gols e foram substituídas pelas balizas que hoje usamos, uma inovação noticiada pelo Profeta Diário da época (veja adiante). A partir daí o campo de quadribol não sofreu mais nenhuma mudança.




DEVOLVAM AS NOSSAS CESTAS!
Era o que gritavam os jogadores de quadribol em todo o país, ontem à noite, quando se tornou evidente que o Departamento de Jogos e Esportes Mágicos decidira queimar as cestas usadas há séculos no quadribol para a marcação de gols.
“Não vamos queimar as cestas, não exagerem”, disse um representante do Departamento com ar irritadiço a noite passada quando lhe pediram que comentasse a notícia. “As cestas, como vocês devem ter observado, são fabricadas em diferentes tamanhos. Constatamos que é impossível padronizar o tamanho das cestas de modo a igualar as balizas de gol em toda a Grã-Bretanha. Sem dúvida vocês são capazes de perceber que é uma questão de justiça. Quero dizer, há um time nas proximidades de Barnton que prende cestas minúsculas às balizas do time adversário, em que não se consegue acertar nem uma uva. Em contraposição, nas balizas deles há verdadeiras cavernas de vime balançando para cá e para lá. Não é direito. Definimos aros de tamanho fixo e já está decidido. De forma certa e justa”.
Nesse momento, o representante departamental foi obrigado a se retirar sob uma saraivada de cestas atiradas por manifestantes furiosos que se aglomeravam no saguão. Embora duendes agitadores tenham levado a culpa pelo tumulto que se seguiu, não resta dúvida de que esta noite os fãs de quadribol em toda a Grã-Bretanha estão chorando o fim do jogo que conhecíamos.
“Não vai ser a mesma coisa sem as cestas”, disse com tristeza um velho bruxo de bochechas redondas e coradas. “Eu me lembro de que quando era rapaz, costumávamos atear fogo nas cestas durante a partida só para nos divertir. Não se pode fazer isso com aros. Acabaram com metade da graça”.
Profeta Diário, 12 de fevereiro de 1883.






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