quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

QUADRIBOL ATRAVÉS DOS SÉCULOS - Capítulo 5





CAPÍTULO CINCO
Precauções Antitrouxas


Em 1398 o bruxo Zacarias Mumps redigiu a primeira descrição completa do jogo de quadribol. Ele começou por enfatizar a necessidade de se estabelecerem medidas de segurança antitrouxas durante a realização dos jogos: “Escolham áreas de charnecas desertas, longe das habitações dos trouxas, e tomem medidas para não serem vistos depois de decolar com suas vassouras. Os feitiços para repelir trouxas são úteis se alguém pretende construir um campo permanente. É igualmente aconselhável que se jogue à noite”.
Deduzimos que os excelentes conselhos de Mumps não foram seguidos porque, em 1362, o Conselho dos Bruxos proibiu os jogos de quadribol em um raio de oitenta quilômetros das cidades do país. Era evidente que a popularidade do jogo estava crescendo rapidamente porque o Conselho achou necessário emendar a lei de 1368 tornando ilegais os jogos a menos de cento e sessenta quilômetros de uma cidade. Em 1419, o Conselho publicou o decreto, cujo texto se tornou famoso, determinando que o quadribol não deveria ser jogado “próximo a lugar algum em que haja a mínima possibilidade de ser assistido por um trouxa ou veremos com que perícia o infrator jogará acorrentado à parede de uma masmorra”.
Conforme todo bruxo em idade escolar sabe, o fato de voarmos em vassouras provavelmente é o nosso segredo mais mal guardado. Nenhuma ilustração de bruxas feita por trouxas está completa sem uma vassoura e, por mais absurdos que sejam tais desenhos (porque as vassouras representadas não se sustentariam no ar sequer por um instante), eles nos lembram que fomos descuidados durante séculos demais e que não devemos nos surpreender que vassouras e magia estejam indissoluvelmente ligadas na cabeça dos trouxas.
As medidas de segurança necessárias não entraram em vigor até o Estatuto Internacional de Sigilo em Magia de 1692 tornar os Ministérios da Magia nacionais diretamente responsáveis pelas conseqüências dos esportes praticados em seus territórios. Disso decorreu, na Grã-Bretanha, a criação do Departamento de Jogos e Esportes Mágicos. Os times de quadribol que desrespeitavam as diretrizes do Ministério eram obrigados a se dissolver. O caso mais famoso de dissolução foi o dos Rojões de Banchory, um time escocês notório não somente por sua imperícia no quadribol quanto pelas festas que dava após os jogos. Depois que jogou em 1814 contra os Flechas de Appleby (veja Capítulo 7), os Rojões não somente deixaram seus balaços se perderem no céu noturno como saíram a capturar um dragão negro das Hébridas para adotar como mascote do time. Os representantes do Ministério da Magia os surpreenderam quando sobrevoavam Inverness, e os Rojões de Banchory nunca mais tornaram a jogar.
Nos dias atuais, os times de quadribol não jogam em suas sedes, mas viajam até os campos construídos pelo Departamento de Jogos e Esportes Mágicos, nos quais foram adotadas medidas de segurança antitrouxas permanentes. Conforme Zacarias Mumps sugerira tão sensatamente, há seiscentos anos, os campos de quadribol são mais seguros nas charnecas desertas.






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