Por acaso você pega resfriados e infecções com muita facilidade? Tem tendência a atrair a atenção das pessoas erradas? É perseguido pelo azar? Se a resposta a alguma dessas perguntas for sim, talvez o médico lhe recomende exatamente um amuleto. De fato, séculos atrás, os médicos realmente indicavam um amuleto para prevenir doenças, evitar o azar ou espantar os maus espíritos.
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Por acaso você
pega resfriados e infecções com muita facilidade? Tem tendência a atrair a
atenção das pessoas erradas? É perseguido pelo azar? Se a resposta a alguma
dessas perguntas for sim, talvez o médico lhe recomende exatamente um amuleto.
De fato, séculos atrás, os médicos realmente indicavam um amuleto para prevenir
doenças, evitar o azar ou espantar os maus espíritos.
Um amuleto (da palavra latina amuletum,
que significa "método de defesa") é um objeto
concebido para proteger do mal, por meios mágicos, o seu dono. Os amuletos
podem ser de qualquer tamanho, formato ou material. Quando Hogwarts é atacada
por uma misteriosa epidemia de Petrificação, Neville Longbottom tenta
proteger-se com um amuleto feito de uma cebola verde e fedorenta! Os amuletos
vão desde pequenos pingentes, anéis e sachês de ervas (usados ao redor do
pescoço para prevenir doenças) até volumosas estátuas e tapeçarias de parede
destinadas a proteger uma casa inteira, um prédio ou uma vila. Os antigos habitantes
da Babilônia gostavam de espantar os maus espíritos usando pequenos cilindros
de argila incrustados com pedras preciosas. Os romanos colecionavam esculturas
de Príapo, o deus da sorte e da fertilidade, e muitas pessoas, sobretudo no
campo, até hoje penduram ferraduras acima da porta a fim de evitar o azar e as
visitas indesejáveis.
Á cruz de Ankh simbolizava a vida
eterna
e era usada como proteção contra as doenças.
Os amuletos estão
presentes em quase todas as sociedades desde o início da história da
humanidade. Os amuletos mais antigos provavelmente foram apenas fragmentos de
pedra ou de metal cujas cores brilhantes ou formatos incomuns davam a
impressão de que talvez tivessem algum poder mágico. (Na Índia e na Tailândia,
ainda são usados pedaços de coral cor-de-rosa para espantar o mau-olhado.) Ao
longo do tempo, porém, virou costume fazer amuletos na forma de animais, de
figuras de deuses e deusas, bem como de símbolos mágicos. Imagens de chifres e
mãos (que simbolizam a fertilidade e a vida) e desenhos ou entalhes do olho
humano (que sugerem a vigilância eterna) aparecem em amuletos no mundo inteiro.
Muitos amuletos também trazem inscritas palavras mágicas, breves encantamentos
ou o nome de deuses.
Embora o seu apelo seja quase universal,
os amuletos estão mais estreitamente associados aos
antigos egípcios, que os usavam em todos os lugares — até em suas sepulturas.
Em geral, as múmias eram sepultadas com uma porção de amuletos em forma
de besouros, chamados escaravelhos. Os egípcios acreditavam que essas pequeninas
estatuetas de pedra, que têm o mesmo nome de um tipo de besouro encontrado no
Egito, impediam que a alma do morto fosse devorada por Ammit o Devorador — uma
tenebrosa mistura de leão, hipopótamo e crocodilo que protegia a balança da
justiça no reino dos mortos dos egípcios. Ao que tudo indica, quanto mais
importante era a pessoa, mais escaravelhos levava para o reino dos mortos.
Quando o corpo do rei Tutancâmon foi desenterrado, há cerca de oitenta anos,
encontraram-se mais de 140 amuletos enfiados entre as tiras de pano da sua
múmia! Outros amuletos comuns no Egito, como o ankh (um hieroglifo
egípcio que representava a vida) e o wadjet (comumente conhecido como o
Olho de Hórus), serviam a fins mais práticos: proteger os egípcios da morte, da
doença e do mau-olhado.
Infelizmente, os amuletos têm
suas limitações. Por exemplo, só podem proteger a pessoa dos perigos
específicos para os quais se destinam. Um escaravelho pode espantar Ammit o
Devorador, mas é inútil contra vampiros, hinkypunks e arqueólogos que
estão cavando atrás de tesouros. E se formos travar uma batalha contra as
forças do mal, é importante não confundir os amuletos com os seus primos, os talismãs.
Ao contrário das espadas encantadas, dos mantos da invisibilidade e de outros
talismãs
clássicos, os amuletos não dão poderes mágicos a seus donos. Não se pode usar
um amuleto como arma, mas apenas como proteção. Assim, se você estiver
planejando alguma aventura épica — como matar um dragão, por exemplo —, provavelmente
é melhor trocar o seu pé de coelho pela espada de Sir Godric Gryffindor. Mas,
se preferir ficar em casa, que é um lugar bonito e aconchegante, nada supera um
amuleto para manter à distância as forças hostis.
O MAU-OLHADO
A idéia assustadora de que um olhar pode matar
esteve presente em quase todas as civilizações ao longo da história e inspirou
a criação de amuletos e de muitas outras proteções contra a maldade
sobrenatural. O mau-olhado — um olhar hostil que algumas pessoas acreditam
trazer má sorte, doença ou até a morte — é citado no Velho e no Novo Testamento
da Bíblia, bem como nos textos das antigas Suméria, Babilônia e Assíria. Na
Idade Média, diziam que as bruxas usavam o mau-olhado contra qualquer pessoa
que passasse por elas, levando a vítima a adoecer, perder o amor da esposa ou
do marido, ou então arruinar-se nos negócios.
Dizem que as crianças
e os animais são especialmente vulneráveis ao mau-olhado. Em muitos locais
onde as superstições ainda são fortes, considera-se pouco prudente chamar atenção
para a beleza de uma criança, já que isso pode fazer com que alguém invejoso
lance um mau-olhado contra ela.
A proteção básica contra o mau-olhado é um
amuleto -muitas vezes na forma de um sapo, de um chifre ou, no caso dos antigos
egípcios, de um olho conhecido como Olho de Hórus. Se não houver nenhum amuleto
disponível, o melhor é ter uma reação rápida e fazer um gesto simbólico. Você
pode, por exemplo, usar sua mão para formar "chifres", erguendo o
indicador e o mindinho, caso algum mau-olhado cruze o seu caminho. Outras
proteções são os sinais da bruxa, os trevos (na Irlanda), o alho (na Grécia) e
a cevada (na índia). Acredita-se também que fitas vermelhas ou sininhos amarrados
nos animais domésticos ou na roupa das crianças fazem com que o mau-olhado se
perca.
O Olho
de Hórus era um dos amuletos mais populares no antigo Egito.
Os egípcios
acreditavam que usar este amuleto as protegia do mal.
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