terça-feira, 30 de outubro de 2012

O MANUAL DO BRUXO - ALLAN ZOLA KRONZEK - 11







O basilisco é um de nossos monstros prediletos. Dependendo de quem conte a história, pode ser uma serpente que cospe veneno, um lagarto feroz, um dragão gigantesco ou uma quimera completa, ostentando a cabeça e as asas de um galo num corpo de cobra.



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O basilisco é um de nossos monstros prediletos. Dependendo de quem conte a história, pode ser uma serpente que cospe veneno, um lagarto feroz, um dragão gigantesco ou uma quimera completa, ostentando a cabeça e as asas de um galo num corpo de cobra. A exem­plo da enorme cobra verde que Harry encontra na Câmara Secreta, o basilisco é sempre assustador e muitas vezes mortífero, capaz de matar suas vítimas apenas com o olhar.
A referência mais antiga a esse réptil encantador está em Plínio o Velho, escritor latino do século I, cujo livro História Natural demonstra boa parte do que os antigos romanos pensavam acerca do mundo natu­ral. Segundo Plínio, o basilisco é uma cobra pequena mas letal, de no máximo 30 centímetros de comprimento, nativa da África do Norte. Conhecido como "rei das serpentes" por causa das marcas na cabeça semelhantes a uma coroa (basiliskos, em grego, significa "pequeno rei"), o basilis­co avançava contra a sua presa com o corpo erguido e não em ziguezague sobre o solo, como fazem as outras cobras, e podia atear fogo aos arbustos e partir pedras ao meio com um simples sopro. O basilisco vivia no deserto, não por escolha própria, mas porque, onde quer que ele vivesse, a terra acabava por virar um deserto por causa de seu hálito que queimava tudo. Seu veneno era tão forte, segundo Plínio, que, se um homem montado em um cavalo matasse um basilisco com uma lança, o veneno subiria através da haste da lança, mataria o cavaleiro e depois também o cavalo.


Não sei se podemos dizer que uma cobra tenha um calcanhar-de-aquiles, mas, se pudermos, o basilisco tinha dois: não suportava o cheiro de uma doninha nem o canto de um galo. Para abater um basilisco com o cheiro de uma doninha, era necessário, primeiro, atrair a serpente para a toca de uma doninha. Depois era preciso fechar as entradas e saídas e, com isso, a serpente terminaria por sucumbir ao odor da doninha. Matar um basilisco com um galo era bem mais fácil. Segundo o escritor romano Claudius Aeliano, o mero som do canto de um galo levaria o basilisco a sofrer convulsões e morrer (foi para proteger o basilisco que estava na Câmara Secreta contra esse risco que Tom Riddle fez com que vários galos fossem abatidos em Hogwarts). Mas talvez a melhor proteção con­tra o basilisco seja pôr um espelho na sua frente, fazendo-o dirigir o seu olhar mortífero contra si mesmo e assim matá-lo de medo.
À exemplo de muitas criaturas imaginárias, o basilisco provavelmente foi inspirado num animal verdadeiro — nesse caso, a naja egípcia, uma cobra que tem um veneno letal, se movimenta de cabeça erguida e tem, na cabeça, marcas semelhantes a uma coroa. Porém, como era comum na antigüidade, os escritores que descreviam os costumes e as criaturas de ter­ras distantes muitas vezes o faziam sem colocar o pé fora de casa. Em vez disso, baseavam seus textos em relatos de segunda mão, feitos por via­jantes estrangeiros que obviamente acrescentavam muitas coisas às suas histórias a fim de torná-las mais interessantes. À medida que as histórias iam sendo contadas e repetidas, a tradição dos basiliscos se ampliou.
Na Idade Média, livros populares sobre animais míticos passaram a descrever o basilisco como um monstro bizarro, com corpo de serpente (nas tradições grega e romana era totalmente serpente) e cabeça, asas e às vezes os pés de um galo. Essa versão da criatura, segundo a lenda, podia ser encontrada tanto na Inglaterra como na África, era conhecida como basilisco ou ainda cockatrice, que vem do inglês cock, "galo". Essa estranha e improvável mistura de cobra com galinha se originou, ao que parece, de histórias relacionadas ao seu nascimento. Segundo elas, o basilisco foi chocado num ovo de galinha, que continha um galo, que havia sido deixado na encosta de um morro e chocado por um sapo. É essa a imagem do basilisco que era amplamente conhecida e retratada na arte e na heráldica medievais, às vezes com o corpo coberto de penas, às vezes coberto de escamas.
O basilisco da Câmara Secreta, no entanto, é obviamente do tipo mais antigo, sendo estritamente uma cobra, das bem grandes, como con­vém ao herdeiro de Slytherin.


Câmara Secreta, 16



 O BASILISCO HOJE

O bicho que hoje chamamos de basilisco é um curioso lagarto tropical encontrado nas florestas úmidas da América Central e do Sul. Membro da família dos iguanas, vive nas árvores e entre as pedras e é capaz de correr velozmente cur­tas distâncias sobre a superfície da água, erguido sobre as per­nas traseiras, com o corpo quase ereto. É um nadador e um escalador excelente, alimenta-se de insetos, aranhas e outros animais pequenos. Em virtude de aparentemente poder ca­minhar sobre a água, às vezes é chamado de lagarto-jesus.







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